Beto Richa. Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo.| Foto:
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O governo Beto Richa (PSDB) não precisou passar apenas por uma queda de braço com os professores e com o funcionalismo me função do pacote de “medidas amargas”. Comprou briga com os próprios deputados de sua base.

Se por um lado foi a maior manifestação pública de repúdio ao atual governo, nos quatro anos de gestão Richa, foi também o momento em que o governador mais teve desgaste com sua base na Assembleia. Na terça, um deputado do PSC foi visto dizendo que a invasão era “culpa da irresponsabilidade do governador”. Nesta quinta, os deputados governistas se revoltaram em bloco.

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A reclamação deles era de que eles sabiam que a sessão seria tensa. Eles corriam risco de mais perda de popularidade (e todos ali pensam em futuras eleições) e corriam risco para a sua integridade física. O líder do governo, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), sinalizou com a retirada do requerimento de comissão geral. Mas teria recebido uma ordem direta do governador, contrariando a todos, de que era para votar, sim.

A sessão, como se sabe, foi um show de horrores: deputados enfurnados em camburão para poder romper o cerco de manifestantes; sessão em um refeitório apertado e escondido dos olhos da população; risco de invasão; bombas de efeito moral. A deputada Cristina Silvestri se desesperou, com medo da invasão – os deputados não teriam para onde fugir.

Com tudo isso, vários deputados – dos mais experientes aos mais novos – começaram a abandonar o apoio a Richa. Pelo menos temporariamente. Um governo que tem 48 aliados no Legislativo sofria para garantir 35 votos. Deputados falavam em pressão e retaliação.

Passada a sessão, Richa terá de conviver com o pior de dois mundos. Sofreu todo o desgaste político e não conseguiu aprovar o que queria. Não terá o dinheiro para “recomprar” a popularidade com obras e um caixa mais tranquilo.

Colaborou: Euclides Lucas Garcia.

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