O relatório que o secretário da Fazenda, Mauro Ricardo Costa, fez nesta quarta-feira na Assembleia Legislativa, talvez tenha sido a primeira oportunidade em que um integrante do governo Beto Richa (PSDB) admitiu em público, e em um evento oficial, que a atual gestão tem culpa parcial sobre a situação financeira do estado.
Mauro Ricardo admitiu pelo menos três problemas importantes:
1- O governo transferiu beneficiários do fundo previdenciário para o fundo financeiro do ParanáPrevidência em 2012 sem levar junto o lastro (a reserva matemática). Consequências: foi preciso parcelar uma dívida de R$ 600 milhões e o déficit do fundo financeiro, que exige repasses mensais do governo, chegou a R$ 4 bilhões em 2014.
2- O governo deu reajustes para várias categorias (segundo a conta do governo de até 60%) e isso ajudou as despesas com pessoal a subirem 80% (em valores absolutos, não corrigidos) entre 2010 e 2014, indo de R$ 10 bilhões para R$ 18 bilhões.
3- O governo trabalhou nos últimos anos com orçamentos superestimados.
A admissão de erros é sempre um avanço. Pior é quando os governantes se recusam a perceber que estão errando e insistem em fazer o mesmo indefinidamente.
Isso não exime o governo, no entanto, de ter de responder pelas consequências que esses erros estão causando hoje para o estado. O principal deles é o aumento do custo do estado para a população – e sem que haja maiores benefícios para os cidadãos em função disso.
“O problema não está na receita, está nas despesas”, admitiu o secretário. Segundo ele, o aumento da receita será necessário simplesmente para que a diferença entre receitas e despesas volte a aumentar. Isso, em bom português, quer dizer que o governo se programou mal, gastou demais e agora está socializando o prejuízo. Dividindo com você e comigo o preço do erro que cometeu sozinho.
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