O projeto de lei “Segunda sem Carne” está só no começo da tramitação na Câmara de Curitiba, mas já causou desacordo na sessão desta segunda-feira (7).
“Sou totalmente contrário e convidei os vereadores para conhecerem a realidade de duas Curitibas”, disse Mestre Pop (PSC), um dos que criticaram a proposta em plenário. Ele se refere à realidade das crianças carentes da cidade. A proposta pretende implementar um dia sem carne na alimentação das escolas municipais.
O projeto é do vereador Goura (PDT) e tem apoio de Fabiane Rosa (PSDC) e Katia Dittrich (SD). Goura diz que a intenção é levantar uma discussão sobre a qualidade dos alimentos oferecidos nas escolas. Ele ressalta que “a alimentação deveria ter um papel educativo para as crianças”. E que está aberto ao debate, assim como a proposta está aberta a mudanças.
Mestre Pop diz que respeita muito a opinião dos vereadores, mas é enfático em seu posicionamento: “Não temos que tirar nada das crianças.” Ele conta que viveu a realidade de uma infância precária e que muitas vezes a única alimentação disponível é a que escola oferece. “Nessa situação a carne se faz necessária, pois tem proteína”, diz Mestre Pop.
Segundo Goura, é preciso “enfrentar tabus, pois carne não é sinônimo de nutrição”. Também fala sobre rediscutir o modelo atual, “quem sabe voltar a ter cozinheiras e merendeiras nas escolas”. A responsabilidade pelo fornecimento de refeições hoje é da empresa Risotolândia.
Para Mestre Pop a questão é simples, “se os pais acharem que o filho não deve comer carne, pode avisar a escola”. Mas o vereador vê o projeto como uma forma de impor a realidade dos próprios vereadores. Katia Dittrich e Goura são vegetarianos. “A realidade de uma escola municipal no Água Verde é diferente de uma no Caximba”, diz o vereador.
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