Depois de dois dias de sessão na Ópera de Arame, o presidente da Câmara de Curitiba, Serginho do Posto, deu uma entrevista comentando a aprovação do ajuste fiscal de Rafael Greca. Segundo o vereador, que assumiu o cargo no início do ano, a saída do prédio da Câmara arranhou a democracia, mas foi necessária. Veja os principais trechos abaixo.
Qual é o balanço desses dois dias?
O balanço é que a democracia sai arranhada, a democracia teve um custo.
O que o sr. quer dizer com isso?
Teve um custo a partir do momento em que saímos da Câmara por um momento difícil de entendimento entre as partes envolvidas. A radicalização não é boa. Não constrói. O que constrói é o diálogo. Foi muito duro sair da Câmara.
Na sua opinião faltou diálogo? Da parte de quem?
A Câmara sempre dialogou com todas as partes. Mas aconteceu que por três vezes os manifestantes paralisaram atividades da Câmara. E o colegiado da Câmara, sem nenhuma articulação minha, optou por sair do prédio momentaneamente. E os vereadores têm legitimidade para essa decisão. Mas quero aproveitar para parabenizar oposição e situação, que nesta terça fizeram discussão de forma concreta dos projetos, como deve ser. Não ficaram não apenas ideologia, como em alguns momentos da segunda. Para quem acompanhou pelas redes sociais ou pelo YouTube a sessão houve clareza do que estava sendo discutido.
Mas nesta terça o sr. parecia mais tenso, chegou a falar em cassar a palavra dos vereadores.
Acho que estava mais cansado. Tive que fazer uma fala um pouco mais áspera, mas não costumo fazer isso.
O sr. disse que esperava não ter de decidir se parava ou não a sessão caso houvesse o confronto. Houve confronto e alguns vereadores pediram a interrupção. O sr. acha que agiu certo em manter a sessão?
É bom ter a chance de explicar isso. O que estávamos fazendo era monitoramento da situação, por meio de quem estava na operação de segurança. Quando pediram para parar a sessão foi porque o helicóptero se aproximou. Mas não jogou bombas. Não sei se vocês sabem, mas chegaram a informar a vereadora Noemia que teria havido um óbito. Por isso ela pediu a paralisação. Depois ela me disse que foi uma informação de algum grupo de WhatsApp. E alguns vereadores preferiram sair do plenário. Veja bem, teve feridos. Mas não tem nem como comparar com o 29 de abril. Havia informações truncadas, mas tínhamos como saber o que estava acontecendo. Por isso demos andamento à sessão.
E sair da Câmara foi uma decisão acertada?
Se fosse na Câmara, pensando na localização, no tamanho, nas circunstâncias, poderia ter tido danos muito maiores.
Houve mesmo almoço para os vereadores na Câmara?
Sim, mas o almoço não é patrocinado pela Câmara. Imaginamos que a sessão poderia se alongar muito, então encomendamos almoço nos dois dias no restaurante que fica dentro da Ópera de Arame. Nada chique. E cada um pagou seu próprio almoço. Mas é importante dizer que o almoço não foi de comemoração como se espalhou por aí.
O custo para a Câmara das sessões foi mesmo de R$ 100 mil?
A parte da Câmara [sem o policiamento] vai ficar perto disso. Ainda estamos fechando.
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