Com Agências:
O juiz Sergio Moro afirmou em uma palestra na Universidade de Columbia, nesta segunda-feira, que não se considera em nenhum momento responsável pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff. Moro foi convidado a falar a estudantes da universidade de Nova York, uma das mais importantes dos Estados Unidos.
Respondendo a uma das questões feitas a ele, Moro disse que “não sente responsabilidade pelo impeachment” e que tudo o que fez em relação à presidente Dilma foi atuar quando percebeu que havia intenção de obstrução de justiça.
O juiz fez uma referência a um telefonema da presidente, gravados durante a operação, cujo conteúdo ele autorizou que fosse divulgado. Nas fitas da escuta de Lula, ouvia-se o ex-presidente falando com a então presidente Dilma Rousseff, aparentemente sobre a nomeação dele para a Casa Civil.
“Nossa decisão foi de não esconder nenhuma evidência nesses casos”, disse Moro. Depois da divulgação das gravações, descobriu-se que este telefonema, que acabou sendo usado contra a presidente no processo de impeachment, havia sido gravado depois de ter sido dada a ordem para que a escuta fosse interrompida.
Moro disse também que acha coisa “de maluco” que alguém possa pensar que ele seja “uma espécie de agente da CIA”. A plateia riu. “Não se pode confiar em teorias conspiratórias relativas à Lava Jato. Às vezes, lamento dizer isso, mas parecem coisas de maluco”, afirmou.
Questionado sobre a indicação do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, para o Supremo, o juiz disse que não estava a par das notícias no Brasil, mas que, se é verdade que Moraes foi indicado, ele não poderia dar opiniões sobre seu nome. “Boa sorte para ele, mas não tenho opinião para dar”, disse, arrancando risos da plateia da Columbia University.
Questionado também sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal de deixar com o ministro Edson Fachin os processos da Lava- Jato que estavam com Teori, Moro afirmou que não tem condições de avaliar um ministro do Supremo, mas indicou, indiretamente, que ficou feliz com a escolha.
“Fachin é um grande jurista, está no Supremo desde 2015, eu acho, e ele tomou importantes decisões. Ele é um julgador independente, mas eu não tenho autoridade para avaliar um ministro do Supremo”, disse.
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