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Juiz Sergio Moro vai encaminhar para o STF processo de Lula após posse (Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo)
Juiz Sergio Moro vai encaminhar para o STF processo de Lula após posse (Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo)| Foto:
Juiz Sergio Moro vai encaminhar para o STF processo de Lula após posse (Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo)

Juiz Sergio Moro. (Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo)

Sergio Moro anunciou que não é candidato à Presidência. Aliás, disse, numa raríssima entrevista, que não é candidato a coisa alguma, que jamais entraria para a política profissional. É juiz, e ponto. Admitiu, no máximo, que pensa em chegar aos tribunais, saindo da primeira instância.

A declaração foi dada ao Estadão, depois de dois anos e meio sem falar com a imprensa – desde o início da Lava Jato. Sobre a operação, não falou muito, apenas sobre os casos já julgados e algumas generalidades. Assim que a coisa chegava em algo em aberto, como o caso de Lula, evitou responder.

Mas deu a entrevista, depois de longo silêncio. E por quê? Sergio Moro não dá ponto sem nó. Embora não seja (e aparentemente nem vá ser algum dia) um político profissional, sabe fazer política. Sabe prever os próximos lances da intrincada partida que está jogando. E consegue se antecipar antes que as coisas impeçam o seu trabalho.

Recentemente, o mais famoso blogueiro da ala antipetista da política nacional, Reinaldo Azevedo, de Veja, disse com todas as letras que, sim, Moro é candidato a algo – que sua atividade extraprocessual só levava a crer nisso (incluiu na sua especulação até a página de Facebook mantida pela mulher dele, Rosângela).

Moro sabe que só conseguiu fazer o que fez até aqui por ter apoio popular. Embora não seja viciado em holofotes, como muita gente pensa, ele sabe que aparecer com viés positivo na imprensa facilita seu trabalho. E aparecer como possível candidato, claro, atrapalha. Dá margem a que se diga que é só o ego dele que está se sobrepondo à atividade jurídica.

O jogo é realmente intrincado. Azevedo, por exemplo, começou a atacar Moro recentemente, especialmente depois que a Lava Jato se aproximou do PSDB, com a denúncia de um caixa 2 de milhões montado na Suíça para beneficiar José Serra. Foi ao rádio dizer que Moro queria uma ditadura. Agora, na internet, diz que quer ser presidente.

A declaração de Moro esfria um pouco os ânimos. Tenta pô-lo de volta no papel de juiz-que-só-quer-ser juiz. Mas é curioso como muita gente, nos comentários da entrevista, lamenta o anúncio. Sabe-se que a campanha pró-Moro presidente decolaria rapidinho. Se chegaria a algum lugar, é bem mais difícil saber.

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