José Serra mais uma vez será candidato a prefeito de São Paulo. Fez que foi, não foi, e acabou indo mesmo. Irá disputar o mandato pela segunda vez. A primeira foi em 2004, logo depois de ter perdido a eleição presidencial para Lula em 2002.
Com isso, Serra fica numa sinuca de bico. Se ganhar, vai ficar feio largar, de novo, a prefeitura com pouco mais de um ano de mandato, deixando a cidade com algum Kassab da vida. Ficará como o recordista mundial de quebrar promessas de cumprir mandatos inteiros.
Se perder, o que parece improvável, fica sem cacife nenhum para disputar a Presidência, seu eterno sonho. Como alguém que não consegue vencer nem em sua terra natal poderia ganhar uma eleição nacional?
Serra poderia ter aprendido a lição de Lula. Quando perdeu a primeira eleição presidencial, em 1989, o petista não aceitou prêmio de consolação. Não quis ser prefeito nem governador. Esperou 94 e se candidatou de novo.
Ficou dando murro em ponta de faca disputando eleição depois de eleição contra candidatos nitidamente mais fortes. Mas nunca disse para o eleitor que aceitaria outra coisa. Era presidente ou nada.
Marina Silva parece estar seguindo esse caminho. Você não vê ela cometer o erro de Heloísa Helena, que conseguiu 5% dos votos nacionais e depois foi ser vereadora em Maceió.
Marina está firme em seu projeto. E não vai ser governadora do Acre.
Serra caiu pela segunda vez no mesmo erro. Como consolação, tem uma eleição que parece quase ganha em São Paulo. O preço, porém, é a Presidência da República.
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