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A sessão do Conselho de Ética da Câmara mostrou mais uma vez o clima pesado que tomou conta dos deputados em Brasília. Acusações de golpe, circo e interferências da Mesa Diretora tornaram a sessão tensa e imprevisível.

Bancada pró-Cunha
Os aliados de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), denunciado por ter mentido na CPI da Petrobras sobre a existência de contas na Suíça, mantiveram a postura agressiva das últimas sessões e tentaram de todo modo melar a sessão. Pediram adiamento da votação, mas perderam a votação, com direito a voto de minerva do presidente João Carlos Araújo (PSD-BA). A partir daí, puseram o presidente em suspeição e pediram que o relator, Fausto Pinato (PRB-SP) fosse afastado).

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Dois milésimos
As vagas no Conselho de Ética vêm sendo disputadas a tapa, até pela importância da possível cassação de Cunha. Quando algum titular falta, os suplentes correm para tentar ocupar o lugar. Ontem, dois suplentes marcaram presença na sessão com dois milésimos de segundo de diferença: e com isso o primeiro ganhou direito a voto.

Atrasadinho
O deputado Paulo Azi (DEM/BA) apareceu atrasado na sessão, quando estava acabando a votação do adiamento. Quis votar. Os deputados do grupo contrário se rebelaram e a sessão virou um bate-boca por vários minutos. Os pró-Cunha reclamaram que o direito de ele votar foi dado depois de encerrada a votação.

Afastamento 1
O afastamento do relator foi o ponto decisivo para que a sessão não chegasse ao final hoje – a sexta sessão seguida sem que se conclua essa fase do processo. O afastamento havia sido negado pelo presidente do Conselho, mas uma decisão da Mesa Diretora (presidida por Cunha) determinou que ele saísse.

Afastamento 2
Imediatamente, o presidente Araújo nomeou Zé Geraldo (PT-PA) para seu lugar. O petista, para que os trabalhos não demorassem mais, simplesmente assinou embaixo do relatório de Pinato. Logo veio mais um “recadinho” do primeiro vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão – mandava começar a escolha de novo. Aí Araújo se irritou e decidiu suspender a sessão.

Acaba ou não?
Até o fim da sessão foi tumultuado. Araújo queria suspender a sessão e fazer o sorteio do novo relator, mas os pró-Cunha diziam que isso não estava previsto na pauta do dia. A toda hora, ameaçavam com ações na Justiça. Com isso, a sessão ficou adiada para a sexta-feira.

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