Duas das principais entidades que representam professores e trabalhadores do ensino superior no Brasil emitiram notas de repúdio ao editorial do jornal O Globo deste domingo que pediu o fim do ensino superior público no país.
O Proifes, um dos dois sindicatos de professores das universidades e institutos federais, lançou uma nota criticando o texto por não mencionar as medidas recentes para levar o ensino gratuito para parcelas mais pobres da população.
Um dos argumentos do editorial era o de que as vagas nas universidades públicas acabam ficando com os mais ricos e que os que realmente precisam acabam tendo de pagar – situação que mudou radicalmente com os 50% de cotas destinadas a alunos da rede pública.
O Proifes diz que “acredita que a única forma de melhorar a educação brasileira é democratizar o acesso. Educação não é mercadoria, educação é direito”.
A Fasubra, que representa técnicos e trabalhadores, afirma que a federação não admite “que a extinção de direitos ou a reversão de políticas sociais historicamente conquistadas sejam dadas como solução para uma crise cuja causa não é de responsabilidade do povo”.
Leia a nota do Proifes:
O PROIFES-Federação, entidade que representa docentes de universidades e institutos federais de todo o Brasil, repudia o editorial publicado neste domingo (24) pelo jornal O Globo, que aponta de forma irresponsável a privatização das universidades federais como “solução” para a crise fiscal brasileira.
Para justificar o argumento, a nota “Crise força o fim do injusto ensino superior gratuito” afirma que parte dos estudantes da USP, universidade estadual, poderia arcar com as mensalidades, desconsiderando a realidade dos demais estados do país.
Em contrapartida, o veículo não cita as medidas de expansão de acesso dos mais pobres às universidades que foram tomadas nos últimos anos pelos governos anteriores.
Mais grave, o jornal ainda afirma que os sindicatos de servidores das IFES são condescendentes com as injustiças sociais, por não defenderem o fim da universidade gratuita.
O PROIFES-Federação acredita que a única forma de melhorar a educação brasileira é democratizar o acesso. Educação não é mercadoria, educação é direito.
Leia a nota da Fasubra:
A Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra-Sindical) repudia veementemente declarações do jornal aliado dos golpistas, O Globo, no editorial publicado dia 24 de julho intitulado “Crise força o fim do injusto ensino superior gratuito”.
Reafirmamos nosso compromisso de luta por uma educação pública, gratuita, estatal e de qualidade socialmente referenciada, entendendo-a como um direito social universal, garantido pela Constituição da República Federativa do Brasil.
Não admitimos que a extinção de direitos ou a reversão de políticas sociais historicamente conquistadas sejam dadas como solução para uma crise cuja causa não é de responsabilidade do povo.
As saídas para a crise devem ser encontradas, por exemplo, na redução das margens exorbitantes de lucro dos bancos, no combate à sonegação de impostos, endêmica dentre grandes empresas, taxação das grandes fortunas e no não pagamento dos juros da dívida.
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