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Salário oferecido pelo governo a músicos deve baixar qualidade da Sinfônica do Paraná

Orquestra Sinfônica: nova fase. Foto: Henry Milleo/Arquivo Gazeta do Povo. (Foto: )

O edital para contratação de 31 músicos é uma bela notícia para a Orquestra Sinfônica do Paraná. A orquestra chegou aos 32 anos mutilada: no concerto de aniversário, neste domingo, se apresentou com uma multidão de convidados, já que os titulares haviam sido demitidos.

Mas a boa notícia vem acompanhada de problemas. O primeiro e maior deles é o salário oferecido aos novos músicos. Segundo o edital, lançado nesta terça-feira, o salário bruto é de R$ 5 mil. Será perto da metade do que ganham os concursados mais antigos.

“Não é um salário atraente. É uma piada. Muita gente boa que estava na orquestra como comissionada nem vai tentar a prova”, diz um músico. Um salário suficiente para atrair bons músicos e manter o nível atual da orquestra teria que beirar os R$ 10 mil iniciais, segundo quem entende do assunto. No Brasil, há orquestras como a Osesp e a Orquestra Nacional de Brasília que pagam muito mais do que isso.

Instrumento inexistente

Entre os outros problemas do edital estão erros como a criação de testes para “trompa alta” e “trompa baixa”. “Não existe isso. Trompa é uma só”, diz um músico. O teste da sinfônica, porém, promete selecionar pessoas para dois instrumentos diferentes.

Outro problema grave é a seleção de peças de confronto. É comum nesse tipo de teste que os músicos precisem apresentar uma peça para que possam ser comparados aos demais candidatos. Mas a seleção é muito vaga. Em muitos casos, o candidato pode escolher entre partituras de graus de variedade muito diferentes.

Os violinistas que se candidatarem a uma vaga na sinfônica, por exemplo, podem tocar o primeiro movimento de qualquer concerto de Mozart. “Mas os dois primeiros são muito simples. E o quinto é dificílimo. Como comparar as execuções?”, pergunta um músico.

Palco Paraná

As contratações foram necessárias porque o governo do Paraná não conseguiu resolver um problema burocrático. Os comissionados estavam em situação irregular. E era preciso criar um método para contratá-los legalmente, mas tudo foi sendo adiado até que o prazo legal estourou e todos precisaram ser demitidos.

Os novos contratos serão feitos por meio da Palco Paraná, que também está selecionando os bailarinos que ocuparão 23 vagas no Balé Teatro Guaíra. As inscrições podem ser feitas via internet.

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