A prefeitura de Curitiba mais uma vez está se deixando ficar para trás da prefeitura paulistana na gestão do transporte coletivo. Fernando Haddad, que assumiu a gestão no mesmo dia em que Gustavo Fruet, já pintou centenas de faixas exclusivas para ônibus, enquanto aqui continuamos na mesma, esperando milhões para fazer canaletas, ao invés de fazer o mais simples e rápido.
Agora, a prefeitura de São Paulo fez um acordo com o governo e o passageiro sai ganhando: haverá a possibilidade de o sujeito comprar um único bilhete mensal e ter um desconto graúdo no uso do transporte. A previsão, quando se tratava só de ônibus, era que o pacote mensal saísse por R$ 140. Agora, como o metrô estará incluído, o preço provavelmente subirá,
Com isso, a prefeitura terá de pôr subsídios. Milhões, claro. Mas com o que economizou trocando canaletas caras por faixas pintadas na rua, por exemplo, já talvez pague boa parte disso sem maiores esforços. Solução barata tem disso: facilita o pagamento de outras coisas, às vezes mais importantes.
Pense bem: uma pessoa que pague passagens de ida e volta todo dia de segunda a sexta gasta em Curitiba cerca R$ 110 por mês. Se for uma passagem só, não compensa. Mas quantas pessoas, em nosso sistema sem integração total, pagam duas, três ou quatro tarifas até ir aonde precisam? Pode-se gastar fácil R$ 300 por mês. E são justamente as pessoas de menor renda.
Ou seja: o plano paulistano é um sistema que parece eficiente justamente para subsidiar quem mais precisa. Não é um subsídio linear como o curitibano, que patrocina tanto a ida ao trabalho de alguém do Tatuquara quanto a ida de um jovem de classe média ao shopping poucas quadras adiante. É subsídio para quem precisa, seletivo e redistribuidor de renda.
E aí? Ficaremos novamente para trás?
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