A UFPR decide nesta quinta-feira o que fazer com o busto do ex-reitor Flávio Suplicy de Lacerda. Dirigente da UFPR nos anos 60, Suplicy é visto como um símbolo da ditadura militar: foi ministro da Educação no governo Castelo Branco. Lá, assinou os acordos do MEC com o Usaid que eram vistos como um modo de tirar qualquer conteúdo crítico da educação superior do país.
O busto foi derrubado na revolta dos estudantes de 1968, quando a Reitoria da UFPR foi invadida em protesto contra o endurecimento do regime, que terminaria com o AI-5 em dezembro. A estátua, na época, foi recolocada no lugar.
Em 2014, os estudantes repetiram a história e retiraram oi busto de Suplicy do lugar. Dessa vez, a estátua desapareceu. Acabou sendo entregue de volta à universidade mais tarde, mas nunca se decidiu o que fazer com ela.
Por um lado, manter o busto poderia ser visto como uma forma de homenagem a alguém ligado à ditadura: algo que claramente desagrada os estudantes. Por outro, a retirada simples parece ser uma tentativa de apagar a História.
O reitor Ricardo Marcelo Fonseca está tentando aprovar um “caminho do meio”, em que o busto seria reintegrado ao lugar mas como parte de um memorial mais amplo em que haveria informações sobre o regime militar e a repressão – e também sobre as lutas estudantis.
O caso está sendo votado no Conselho Universitário.
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