A história dos motoristas de Uber x taxistas é um daqueles exemplos em que todo mundo parece errado. Os motoristas do Uber estão operando com um sistema cuja legalidade é no mínimo duvidosa. A prefeitura se recusa a fazer cumprir a lei vigente (e a tomar qualquer posição sobre o assunto). Os taxistas tenderiam a estar certos, mas quem parte para a violência sempre erra, e alguns taxistas (no mínimo alguns) escolheram este caminho.
Os maiores culpados pelo surgimento da tensão entre os dois lados são os prefeitos de Curitiba, que deixaram o comércio ilegal de placas rolar solto – e fizeram com que os taxistas investissem mais de R$ 100 mil parda ter uma concessão que deveria ser gratuita. Para garanti esse “patrimônio”, os taxistas formaram uma verdadeira associação corporativista – que de outro modo nem faria sentido.
A Câmara de Curitiba, interessada em não desagradar aos taxistas, fez um debate superficial sobre o assunto, se posicionando contra o Uber. A prefeitura, numa espécie de desobediência civil, se recusa a fazer cumprir a multa que a Câmara aprovou. E se a prefeitura não segue a lei, por que os motoristas do Uber deveriam se sentir obrigados a segui-la?
Quem virou “fiscal” do Uber foi o próprio taxista, que na ânsia de impedir a concorrência, comete erros ainda mais graves. Daqui a pouco alguém vai morrer po causa disso. E a culpa será também do poder público, que se omite como legislador, se omite como fiscal e se omite como mediador.
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