Acusado de prevaricação, o presidente Michel Temer disse neste sábado que é inocente. O argumento é curioso. Disse que não fez nada ao ouvir Joesley Batista descrever seus crimes porque não acreditava nele. “É um conhecido falastrão”, afirmou o presidente, em seu pronunciamento.
Vamos voltar ao relato: Joesley disse basicamente que tinha comprado o Brasil e que, de quebra, comprava juízes e procuradores para parar a Lava Jato. Durante todo o tempo, Temer ouve quietinho, como se não tivesse nada com aquilo. Não manda que o empresário saia da sua frente, não o denuncia, nada.
Estamos falando de um dos empresários mais ricos do Brasil, alguém que fatura mais de R$ 100 bilhões por ano. Alguém que já estava sendo investigado em várias operações da Polícia Federal. E, mais, alguém que o próprio presidente da República aceita receber em sua casa.
Temer tenta desconversar afirmando que apenas indicou outra pessoa para que “ouvisse as lamúrias” de Joesley. Mas fica claro na gravação que os dois tinham uma relação maior do quer a de “alguém que quer se livrar do outro”.
Temer também não pode se afastar totalmente de Joesley. A JBS financiou suas campanhas e o BNDES que pagou a expansão da empresa é o mesmo dos governos de que Temer participou como vice.
Mas claro que Temer tentará agir nesse sentido porque a acusação de prevaricação é uma das mais graves que pesam contra ele. O presidente da República não pode simplesmente ouvir que alguém está cometendo crimes contra o país e ficar calado. Que foi exatamente o que ele fez.
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