As notícias desta quarta levam a crer que Michel Temer pode não terminar o mandato. Há outra hipótese, talvez mais grave: ele se mantém no cargo e sangra lentamente durante um ano e meio. Sem apoio popular (com 4% de aprovação ANTES das novas denúncias), o presidente não parece ter qualquer possibilidade de convencer o Congresso a aprovar qualquer medida impopular a partir de agora.
Os deputados e senadores vinham sendo coniventes com as reformas propostas por Temer. Havia alguns motivos: a perspectiva de estar ao lado do poder; a possibilidade de ganhar obras nos municípios e verbas para facilitar a reeleição; proteger um governo que obviamente vinha jogando para abafar a Lava Jato; fazer as maldades agora para ter um governo mais fácil nos próximos quatro anos, caso seu partido chegasse ao poder (caso específico do PSDB).
Agora, não restam muitos argumentos. Ficar ao lado de Temer a partir deste ponto pode ser suicídio político. Por que alguém apoiaria a reforma trabalhista, perdendo votos, sem ganhar nada em troca? Por que apoiar a Reforma da Previdência e irritar os eleitores se isso só faz você parecer cúmplice do novo inimigo público número um? Não faz sentido. E como diz a sabedoria de Brasília, um político vai até a beira da cova por um aliado, mas não entra nela.
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