O caso da delegacia de Ivaiporã merece ser estudado por um economista dos bons, daqueles que pesquisam teoria dos jogos. O delegado, encarregado de uma carceragem superlotada e sem condições mínimas de conter os presos casos eles quisessem fugir, fechou um acordo.
O acordo é o seguinte. Os presos não fugiam, e por outro lado ganhavam certas regalias. Por exemplo, não precisam ficar dentro das celas, podem circular livremente pela delegacia.
Hoje, aqui no portal da RPC, registrou-se a primeira fuga na cidade, depois de meses de acordo. O trato está rompido? O delegado diz que não. Não pretende restringir as liberdades dos presos. E quem deve pagar pelo pato é o carcereiro que estava de plantão: ele está sendo acusado de facilitar a fuga, já que soltou os presos para o banho de sol durante a chuva.
O curioso da história, pensando em política, que é o tema deste blog, é que um agente público (o delegado) conseguiu pegar uma situação totalmente adversa (superlotação, falta de condições de trabalho) e se virar com o que tinha nas mãos.
O delegado usou o contrário do jeitinho, da esperteza. Usou a inteligência e pôs os presos numa situação em que eles só têm a ganhar se cumprirem a norma.