Para a maior parte das pessoas, o sistema eleitoral americano parece uma aberração. E não é só para os estrangeiros. Nem só para os eleitores. Os dois rivais que se enfrentaram neste ano, nos EUA, já contestaram o sistema do Colégio Eleitoral.
A ideia do sistema até não é complicada; como o país tem uma tradição forte de autonomia para os estados (daí seu nome), a ideia é que cada estado diga quem quer na Casa Branca. Depois E os delegados de cada estado votam de acordo com a vontade daquelas pessoas.
Mas isso cria uma distorção: nos últimos 20 anos, por duas vezes o candidato que ficou com a presidência não foi o mais votado. Em 2000, Al Gore teve mais votos do que Bush, mas o republicano ganhou. Agora, de nolvo os republicanos perderam no voto popular, mas levaram a Casa Branca.
O próprio Trump, em 2012, achando que seu candidato Mitt Romney, ganharia no voto popular (mas perderia para Obama no Colégio Eleitoral) desancou o sistema. Chamou de farsa, de fraude, de vergonha. Chegou a dizer que os EUA eram motivo de piada e que isso era motivo para uma revolução.
Agora, ironicamente, foi beneficiado por isso – se calou, claro.
Hillary também se calou, por polidez. Mas em 2000, quando Gore passou pela mesma situação dela, disse que havia passado da hora de mudar o sistema que, inclusive, tem sido chamado de tendencioso.
A romancista Joyce Carol Oates, uma das mais respeitadas escritoras americanas, sempre cotada para o Nobel de Literatura, escreveu nesta semana que o colégio eleitoral “sempre vai fazer a balança pesar para os eleitores “rurais/conservadores/”brancos”/mais velhos — uma concessão para os donos de escravos originalmente”.
De fato, nunca um democrata perdeu nos votos totais e ganhou a presidência no Colégio Eleitoral.
No entanto, pelo menos por enquanto, tudo fica como está.
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