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Donald Trump reagiu às críticas de Meryl Streep como todo candidato a ditador: resolveu apelar para a crítica pessoal, ao invés de falar sobre os argumentos dela. É o que se chama de argumento “ad hominem”. Se você não pode responder à pessoa, simplesmente diga que ela é desqualificada.

Trump disse que Meryl Streep é uma “adoradora de Hillary” (e não amante de Hillary, como disseram em várias traduções ruins por aí) e que é uma atriz superestimada. É o argumento típico de quem não tem argumentos. Até aí, nenhuma novidade.

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Mas Trump usou ainda duas outras maneiras para tentar rebater Streep. A primeira é absurda. Disse que ela não o conhece. Mas então para criticar é preciso conhecer pessoalmente? E, se for assim, já que os dois não se conhecem, como ele pode criticar a atuação dela? É evidente, os dois têm atividades públicas e é possível conhecer o que eles fazem sem conhecê-los pessoalmente. Mas Trump finge não entender isso.

O pior, no entanto, foi o outro argumento de Trump. Ele disse mais uma vez que não imitou um repórter do New York Times que tem grave deficiência motora. Serge Kovalesky tem uma doença chamada artrogripose que dificulta o controle motor.

Trump tem uma birra com o repórter porque ele teria dito não se lembrar de uma matéria em que relatava muçulmanos nos EUA comemorando o 11 de setembro. Em um discurso em público na campanha, falou do repórter enquanto tremia, imitando-o.

Agora, nega que tenha feito isso. Disse que apenas imitou alguém “rastejando” e que Meryl Streep não tem como saber o que se passa dentro de sua cabeça. Uau! Esse é um novo tipo de argumento que torna impossível perder uma discussão. A pessoa jamais tem como ver o que se passa dentro da cabeça dos outros, afinal.

Meryl Streep, que mostrou o risco de alguém poderoso poder tirar sarro impunemente das deficiências alheias, é uma dama e foi gentil com Trump. Ao invés de ser tão delicada, podia ter provado, com facilidade, que ele tende a se comportar como um ditador que não aceita ser questionado.

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