A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) parece ter descoberto que, afinal de contas, não é possível reverter em oito anos o problema social causado por cinco séculos de racismo. Depois de decidir extinguir as cotas raciais no vestibular, a universidade sofreu pressão e recuou: acabou aceitando prorrogar por mais oito anos a ideia original, com algumas mudanças.
Poucos dias atrás, escrevi aqui que recuar na questão das cotas justamente quando, depois de séculos de opressão e de anos de discussão do assunto elas, finalmente, haviam emplacado, era desperdiçar um,a chance histórica de fazer justiça a uma população eternamente excluída da sociedade. O preconceito de cor existe e atua todos os dias no Brasil. Além de nascer em famílias empobrecidas por condições históricas, os negros sofrem com humilhações cotidianas que minam ainda mais o autorrespeito.
Manter as cotas por tempo indeterminado não é certo: haverá uma hora em que o dano estará reparado, em que todos terão chances iguais sem necessidade de nivelamento forçado. Mas é evidente que isso não se consegue em um período curto como esse. É necessário que algumas gerações possam passar pela universidade para que a população se acostume a ver advogados, médicos, dentistas negros. Só isso minimizará o preconceito. Só isso criará oportunidades iguais.
A UEPG fez o mínimo possível. Ouviu que havia errado e corrigiu seu rumo. Num mundo em que se custa tanto a admitir o erro, talvez não seja pouca coisa.
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