Por esses dias, fiz um post sobre os comentários indecentes (xenófobos, racistas) que o caso dos haitianos causou nas redes sociais em Curitiba. Curitibanos reclamando da presença deles, fazendo demonstrações explícitas de repúdio a estrangeiros e fazendo confusões de todo tipo.
Acompanhando os comentários sobre o tema, especialmente na postagem que a prefeitura de Curitiba fez sobre o tema, dando boas vindas aos haitianos, também foi possível ver mostras de solidariedade e de humanismo.
Mas um comentário, em especial, chamou a minha atenção. É de um angolano, que veio para o Brasil estudar. Achei curioso a ponto de reproduzir o trecho aqui abaixo.
O texto é de Maclaurence Milkmichuk Mutangara Lacyrandy:
“Eu não vou falar do Haiti, mais falarei de Angola que é meu País. O povo Brasileiro e principalmente o Curitibano sua maioria é xenófobo e racista. Mas isto parte das pessoas menos cultas ao pensarem que tudo quanto é estrangeiro e de raça negra está cá no Brasil porque fugiu guerra ou veio procurar melhores condições de vida enganam – quem conhece a realidade das coisas dá valor e não discrimina. Porque se parassem para pensar em que o estrangeiro ajuda estando no vosso país vocês já pensariam diferente.
Eu estou cá no Brasil a estudar faço duas faculdades e nem sofri de onde venho, nem pretendo passar o resto da minha vida aqui. Depois de minha formação, partiu Angola.
Também não vim a procura de melhores condições de vida, mas escolhi o Brasil porque é uma referência nos 20 países do mundo na minha área de formação e devido à facilidade do idioma, visto que minha terra natal fala português.
Eu ignoro o racismo sujo sobre minha cor porque conheço o valor que tenho e a ajuda que dou ao Brasil. Não faço nada aqui que envolva remuneração. Meus estudos são pagos pelos meus pais que, por mês, fazem o envio de 2.500 dólares equivalente a uns 6.000 reais para pagar minhas faculdades,meu apartamento, alimentação e suprir minhas necessidades.
Todo este dinheiro vem de Angola e fica cá no Brasil todos os meses. Agora eu pergunto para os tais: viram como eu ajudo? Talvez estes valores fossem investidos em outro local e tudo quanto é impostos e tudo mais a gente paga.
Então respeitem os haitianos. O mundo é uma caixa de surpresas. Não sabe que amanhã poderá acontecer com vocês também? Meu país já viveu uma guerra civil longa que terminou em 2002. E hoje todo Angolano quer viver em Angola e podemos falar que Deus olhou por nós. Somos uma das economias que mais cresce a nível mundial, e temos remunerações salariais bem eficientes e sei que Deus também vai abençoar o povo do Haiti. E o governo Brasileiro fez um ato de irmandade e afeto por ter recebido os haitianos aqui sendo eles vossos vizinhos. Tudo é América.”
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