Nesta segunda-feira, a eleição de Gustavo Fruet para a prefeitura de Curitiba, em segundo turno, completa um ano. Somados o período de transição e o de governo, já parece suficiente para ver a quantas caminha a gestão do pedetista. É claro que ainda é cedo para julgamentos mais amplos. Mas pode-se ver alguma tendência no que foi feito até aqui.
Transportes
Sem dúvida, foi o principal foco do novo prefeito. Começou uma auditoria na Urbs que parece indicar problemas na licitação e na operação do sistema. A base do prefeito na Câmara organizou uma CPI que mostrou basicamente os mesmos problemas. Pressionado pelas manifestações de junho, Fruet também baixou o preço da tarifa, injetando subsídio.
Agora, parece estar à beira de anunciar mais novidades. Uma delas seria o novo financiamento do metrô por parte do governo federal (coisas da política brasileira: o mito do eterno retorno aqui não é mito). Outra seria uma fórmula que parece um tanto tirada da cartola para baixar a tarifa do ônibus a preços de queima de estoque. A ver.
O verdadeiro nó górdio aqui parece ser qual medida tomar em relação às empresas. Mesmo baixando a tarifa, se isso acontecer, elas continuarão a receber uma tarifa técnica de R$ 2,99 prestes a subir para R$ 3,17. Ou seja: cobra-se menos na catraca mas alguém (e somos nós) está arcando com o resto. Caso haja irregularidades comprovadas, Fruet erá coragem de romper os contratos?
Saúde e educação
Na área de saúde, Fruet começou contratando profissionais e ampliando horários de unidades de saúde. Também aumentou o orçamento para 2014. O atendimento, mesmo assim, continua longe do ideal. Difícil saber se no médio prazo as medidas resolvem algo ou se vão só colocando band-aid em sangria. O tempo dirá.
Na educação, o resultado é muito menos interessante. Na campanha, o prefeito prometia fazer da educação o seu “grande legado imaterial”. Prometeu para isso aumentar a fatia do setor para 30% das receitas correntes líquidas. Entra no segundo ano de governo bem abaixo disso e com um crescimento que não parece promissor. Chegar ao prometido só no quarto ano dará à medida um ar eleitoreiro.
Trânsito
Fruet se comprometeu a melhorar a fluidez dos ônibus. A fazer 300 quilômetros de ciclorrotas. A implantar o metrô. Etc. Até agora, pouco andou de fato neste ramo. É cedo? É. Esperemos. Na área de trânsito, a grande jogada foi uma campanha com uma vovozinha simpática dizendo o que todo mundo já sabe. Em todo caso, melhor do que gastar dinheiro de publicidade com autopromoção. Também foi aprovada a criação dos agentes de trânsito, mas parece que a atuação deles continua frágil. Pior: a política com os radares foi mantida e piorada. Os infratores riem à toa com tradares sinalizados e a política de ser mais educativo e menos punitivo.
Classe média
Assim como seus antecessores, Fruet vem sendo um prefeito que ouve a classe média acima de todos. A diferença é que cede mais à pressão. Dirá que se trata de governar em parceria com a população. Mas às vezes fica parecendo que governa-se em favor de quem grita mais alto. Pediram para não mexer na Praça do Japão. Para-se o ônibus para não incomodar quem vive lá. Pedem para parar as calçadas no Batel. Para-se tudo imediatamente. Campanha pelo Passeio Público? Os outros parques estão esquecidos, mas vai-se lá aonde se ouviu o grito. O negócio agora é bichinho? Cris-e uma Guarda Municipal para eles! Não é que as medidas sejam ruins, pelo contrário. Mas mostram falta de planejamento e um desejo desesperado de agradar a quem quer que seja o tempo todo. Age-se na emoção e de acordo com a gritaria.
Câmara
Houve avanços na atuação da Câmara, é verdade. Mas a relação de dominação parece a mesma de sempre. Fruet conseguiu apoio de 36 dos 38 vereadores. É uma situação antidemocrática, em que não há oposição, não há contraditório. O prefeito tem um aliado de longa data na presidência que bate no peito ao dizer que baixou a tarifa do ônibus. O prefeito não o desmente, embora saiba que vereador não interfere em preço de nada. Os vereadores agem em interesse do prefeito até quando investigam algo: veja-se que só se investigam os desafetos de Fruet.
Nepotismo
Só para não deixar passar. A família Fruet vai bem, obrigado.
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