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Um ativista foi pego fazendo o que não devia. E nos refestelamos de alegria com a fraqueza do cara
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Está na moda. Agora é o sujeito que defende direitos da família e que foi pego em um site de adultério. Logo surgem piadinhas (o que é normal) e memes (o que é novidade, mas também normal). Mas, junto, surgem os comentários tentando usar isso como prova de que quem defende direitos da família, não dá outra, é hipócrita. Afinal, se um sujeito foi pego fazendo isso, todos devem fazer…

Antes, foram casos semelhantes ligados às manifestações de rua contra a presidente. O fulaninho, que comandou a manifestação em Trabapoana da Serra no interior de Roraima, foi visto batendo cartão e saindo sem trabalhar. Memes, piadas e, claro, a teoria de que todos os manifestantes que participam de protesto em nome da ética são uns falsos que não têm ética alguma.

O mesmo vale para o outro lado. Se um petista é visto fazendo algo que não bate com o que o partido defende, pau nela – que, por extensão, está-se dando pau no partido, que só pode ser com posto de fariseusinhos de esquerda.

Claro que o mundo das redes sociais é assim: cada um quer ter uma opinião forte e tem que “escolher um lado”. Para atacar o inimigo, vale tudo. Principalmente se cai no colo um argumento fácil desses. Exponha-se o sujeito que cometeu um erro, multiplique-se o valor dele dentro daquela corrente que ele defende e bote-se um selo em todos os que pensam como ele: hipócritas.

A argumentação é tão tola que nem pareceria necessário lembrar: que usar argumentos contra pessoas, e não contra ideias, é vil; que generalizar sem ter base para isso é baixo; que há pessoas sérias e honestas que realmente defendem , de coração, causas com as quais você não concorda.

Na história da vez, o norte-americano que foi pego no site de relacionamentos extraconjugais confessou ser viciado em pornôs e afirmou ele mesmo que descobriu ser um hipócrita. Para mim, seria o caso de ter pena do cara, que deve estar passando por um problemaço pessoal e tendo que resolver suas questões internas. Mas ao invés de pensar nisso, muita gente prefere fazer política com o caso e ajudar divulgando fotos dele com um bebê que vai encontrar isso na internet a vida toda.

Palmas para a nossa tolerância  com os erros alheios.

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