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As últimas ações das empresas de ônibus e do sindicato dos motoristas e cobradores colocam a prefeitura de Curitiba contra a parede. O tempo para arranjar uma solução é curto, já que a greve dos ônibus começa na terça-feira. E parece difícil encontrar uma solução que não envolva aumentar a tarifa, atualmente em R$ 3,30.

Ao fim e ao cabo, o que se passa é uma disputa por dinheiro entre dois lados: prefeitura e empresas. Os motoristas e cobradores acabam sendo parte ativa porque seus interesses coincidem com o das empresas, que ameaçam demitir dois mil trabalhadores se a situação não mudar.

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Durante os últimos anos, a novela vem se arrastando, mais ou menos na mesma sequência. As empresas dizem que não estão recebendo o suficiente, querem aumentar a tarifa técnica (valor recebido da Urbs por passageiro). Como a prefeitura não cede, as empresas, alegando não ter caixa, deixam de fazer os pagamentos dos funcionários, que entram em greve.

Em cinco anos, esta será a quinta greve do sistema. Será a quarta paralisação em apenas dois anos. Com a cidade parada, a prefeitura é obrigada a negociar mais. E o valor da tarifa, nessas condições, tende a subir. A prefeitura pretendia fazer o reajuste da tarifa apenas em fevereiro, quando se aplica a inflação ao contrato. Mas pode ser levada a fazer um acordo já.

A inflação dos últimos 12 meses, acumulada em algo perto de 10%, poderia levar a tarifa hoje para R$ 3,70 ou até para R$ 3,80, compensando o que não teria sido aplicado anteriormente. Neste ano, as empresas queriam ter elevado o valor para R$ 3,40, mas não conseguiram. Em setembro, a prefeitura aumentou o valor para R$ 3,21, ainda R$ 0,09 abaixo do que pagam os passageiros.

As disputas entre as duas partes não são poucas. As empresas foram à Justiça para não comprar ônibus novos, e conseguiram liminar. Com isso, cerca de 180 ônibus circulam pela cidade com vida útil vencida. A prefeitura, como contraparte, cortou o valor repassado para depreciação dos ônibus em circulação.

Recentemente, a prefeitura também passou a abater valores porque as empresas não atingiram os índices de qualidade previstos no contrato. Só neste mês, foram retirados R$ 612 mil dos pagamentos feitos às empresas.

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