João Frey
O prefeito Rafael Greca (PMN) saiu vaiado de uma visita que fez à Praça do Japão, no Batel, no fim da manhã desta terça-feira (20). Os moradores da região não aceitam as obras que serão feitas no local para permitir que a primeira etapa da linha Ligeirão Norte-Sul possa, enfim, circular. Em meio ao bate-boca e ao alvoroço que a visita causou, o prefeito apresentou dois sólidos argumentos em defesa da abertura de uma rua de 40 metros de comprimento que vai rasgar um naco da praça.
A primeira defesa de Greca é de ordem urbanística. A uma moradora da região, disse que se eles ali moram em prédios tão altos é justamente porque a via é um corredor de transporte. Um dos principais pilares do urbanismo curitibano é o sistema trinário, formado pela via central – onde fica a canaleta exclusiva dos ônibus –, e pelas vias estruturais, que são as rápidas paralelas ao eixo central. E é justamente o transporte de massa que define os parâmetros construtivos e características da via que circunda a Praça do Japão. Segundo a prefeitura, a região é Eixo de Transporte de Alta Capacidade desde 1966 e tem ônibus desde 1974. Pelo planejamento urbano, portanto, o transporte coletivo é prioritário na via.
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O segundo argumento leva em conta o benefício da maioria. Ainda que os moradores tenham se organizado em diversas manifestações – tanto quando o ex-prefeito Gustavo Fruet (PDT) quis implementar o projeto, como agora – os benefícios que a linha trará aos usuários do transporte coletivo serão usufruídos por parte significativa dos passageiros de uma das principais linhas de Curitiba. Nas contas divulgadas pela prefeitura, as obras devem beneficiar 36 mil usuários por dia, que terão o tempo de viagem entre o Santa Cândida e a Praça do Japão diminuído em 20 minutos. Além disso, com mais veículos no trajeto, é possível que os ônibus da linha Santa Cândida – Capão Raso trafeguem um pouco mais vazios, melhorando a vida dos passageiros.
Outro argumento importante, do qual Greca não lançou mão durante a discussão na praça, mas que vem sendo utilizado pela comunicação institucional da prefeitura é o da eficiência do gasto público. As obras de desalinhamento, que possibilitam a ultrapassagem dos biarticulados comuns pelo expresso, foram feitas entre 2011 e 2014 e já custaram R$ 16 milhões aos cofres municipais.
Confira a ida de Greca à Praça do Japão