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O eleitor paranaense parece não ter se incomodado com o fato de seus representantes terem topado entrar em um Ônibus do choque para se curvar à vontade de Beto Richa (PSDB) no início das legislatura passada. Mais de dois terços da “bancada do camburão”, que aprovou o ajuste fiscal e a dura reforma da previdência de Richa, se reelegeram ou foram eleitos deputados federais.

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No famoso 29 de abril de 2015, 31 deputados votaram pela aprovação do ajuste fiscal de Richa, que entre outras medidas tirava mais de R$ 130 milhões por mês dos cofres da previdência para cobrir o rombo nas contas públicas do estado. A votação foi feita enquanto a polícia baixava o sarrafo em manifestantes do lado de fora da Assembleia, com 213 feridos.

A tropa de Beto ficou conhecida como “bancada do camburão” porque na primeira tentatiuva de aprovação do pacote, em fevereiro, com o plenário tomado por manifestantes contrários ao arrocho, os deputados toparam um plano amalucado do então secretário de Segurança, Fernando Francischini (PSL): entrar por uma fresta na grade da Assembleia, aberta às escondidas, em um camburão do Choque.

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Mais de 20 deputados estavam dentro do veículo. Outros já esperavam dentro da Assembleia. A votação precisou ser adiada depois que a multidão ameaçou a segurança dos deputados. O pacote seria aprovado em abril, de forma um pouco mais amena.

Além dos 31 que votaram, o ajuste tinha apoio do presidente da Assembleia, Ademar Traiano (PSDB), que falou uma frase célebre, mandando os colegas votarem porque “a bomba é lá fora”. E também se posicionou a favor da bancada a Cantora Mara Lima (hoje no PSC), que faltou no dia alegando doença. Ou seja: 33 votos.

Desses, 21 se reelegeram deputados estaduais. Três outros foram “promovidos” a federais. Dos nove que restam, um morreu (Bernardo Carli), um não se candidatou (Fernando Scanavaca) e sete perderam a eleição, a maior parte ficando na suplência.

Valeu a pena? Os deputados poderiam responder: tudo vale a pena quando a verba de gabinete não é pequena.

Estaduais reeleitos
Alexandre Curi (PSB)
Tiago Amaral (PSB)
Romanelli (PSB)
Guto Silva (PSD)
Paulo Litro (PSDB)
Marcio Nunes (PSD)
Artagão Junior (PSB)
Tião Medeiros (PTB) – 54.276
Maria Victoria (PP) – 50.414
Cristina Silvestri (PPS)
Cobra Repórter (PSD)
Luiz Carlos Martins (PP)
Traiano (PSDB)
Jonas Guimarães (PSB)
Douglas Fabricio (PPS)
Mauro Moraes (PSD)
Franscisco Buhrer (PSD)
Nelson Justus (DEM)
Plauto (DEM)
Reichembach (PSC)
Dr. Batista (PMN)
Missionário Ricardo Arruda (PSL)

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Eleitos deputados federais
Felipe Francischini (PSL)
Pedro Lupion (DEM)
Schiavinato (PP)