Que fandango, que nada. Tradição no Paraná é a eleição de governo do estado ser apertada. A última vez que tivemos uma lavada por aqui foi em 1987, com Alvaro Dias. Depois, não teve moleza: quando acabou no primeiro turno, foi por pouco, como na reeleição de Beto Richa (PSDB).
Neste ano, é inegável que Ratinho Jr. (PSD) chega à última volta da corrida com uma certa folga sobre a segunda colocada. Mas isso não quer dizer que haja algo garantido, porque na soma os adversários podem forçar um segundo turno que seria bem complicado para Ratinho.
O blog elencou dez fatores que podem ser decisivos para a reta final da campanha. Veja abaixo.
1- Debate
O debate da RPC nesta terça é o mais curto de todos. Mas é o mais decisivo. Com apenas cinco participantes, haverá tempo para que todos participem bem. E sabe-se que três deles (ou seja, todos menos Cida) devem partir para cima de Ratinho. Deve ser um debate importante para a definição do eleitor. E qualquer deslize pode ser decisivo.
2- Programa eleitoral
Aqui quem sai perdendo é João Arruda (MDB), que teve veiculações cassadas na Justiça Eleitoral. Cida e Ratinho prometem partir para o emocional nos últimos programas, tentando cativar o eleitor mais pela sensibilidade do que pelo racional.
3- Internet
Ao contrário do que ocorre na campanha nacional, que vem sendo decidida a favor de um candidato que praticamente só tem campanha virtual, sem tempo de tevê, aqui os candidatos fizeram uso menos inteligente da web. Mas a mobilização nesta reta final tem peso, mesmo assim.
Leia mais: Debates mancham imagem de líderes e podem forçar segundo turno
4- Dinheiro
Manter gente na rua, imprimir santinhos, colinhas, tudo isso custa caro. Quem tiver reservado uma fatia do dinheiro suado do contribuinte poderá ter vantagem. Cida Borghetti (PP) tem apostado mais na campanha de rua e é quem tem maior arrecadação. Pode fazer diferença
5- Bolsonaro
Sem Ogier Buchi (PSL), cassado pela Justiça Eleitoral, não é impossível que Jair Bolsonaro (PSL) peça votos mais abertamente para Ratinho Jr. (PSD). Ratinho já jogou Alvaro Dias (Podemos) às traças, e pode se beneficiar disso. Mas segundo sua campanha, não fará qualquer movimentação para atrair o capitão.
6- Ogier
A ausência de Ogier também tem outra influência. Seus votos (estima-se que pudesse passar de 100 mil) seriam importantes na soma para chegar ao segundo turno. Sem isso, Ratinho sai ganhando.
7- Cabos eleitorais
Essa é a hora de botar prefeitos, vereadores e deputados para trabalhar. Cida e Ratinho têm exércitos trabalhando para eles. Arruda, muito menos.
8- Pesquisa de véspera
Não é incomum que o eleitor decida seu voto pensando em quem tem chance. Em 2016, Ney Leprevost (PSD) passou para o segundo turno porque, na véspera, o Ibope mostrou que ele era viável. O último Ibope desta campanha sai no sábado.
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9- Mobilização no dia
Campanha de boca de urna é proibida, claro. Mas todo mundo sabe que há jeitos de mobilizar a torcida, inclusive para lembrar as pessoas de ir votar.
10- Abstenção
Tudo indica que o eleitor, desmotivado, faltará em níveis maiores do que o normal às urnas. Quem depende do voto da militância sofre menos com esse fator. Quem tem eleitor menos politizado, perde mais.
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