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Ao visitar a Inglaterra para explicar porque o sistema sueco de penitenciárias funcionava tão bem, evitando que os presos voltassem a cometer crimes, Nils-Öberg explicou: se algum político sueco tentasse fazer o que os ingleses estavam fazendo, cairia imediatamente do cargo.

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E o que estavam fazendo os ingleses em 2014, quando ele chegou por lá? Estavam tomando algumas medidas punitivas mais severas contra os presidiários. Por exemplo: estavam obrigando o uso de uniformes e mandando que as luzes fossem apagadas às 22h30. Além disso, não mandavam mais livros para as celas: quem quisesse que fosse buscar na biblioteca.

O sistema sueco parte de premissas totalmente diferentes, explicou o diretor do sistema. A ideia não é punir o preso. “A punição é de privação de liberdade. A punição é estar aqui com a gente”, explica ele. Fora isso, não há motivo para estabelecer qualquer regra mais dura, afirma o diretor.

Não à toa, o sistema sueco está colhendo seus frutos. A taxa de reincidência é bem menor do que a da Inglaterra, por exemplo (nem se fala em países de terceiro mundo, claro), com 40%. O sistema funciona tão bem que, aos poucos, vai ficando mais vazio. Os suecos tiveram de fechar presídios por falta de internos. Hoje, a população carcerária do país é de pouco mais de 4 mil pessoas.

Para dar uma ideia, o Paraná, com população comparável, de cerca de 11 milhões de pessoas, tem mais de 20 mil presos.

Mas o sistema sueco ainda fica parecendo rigoroso perto de algumas cadeias norueguesas. Há um presídio particularmente famoso no país, que é uma ilha, em Bastoey. Lá, pouco mais de 100 presos têm uma vida praticamente comum – para quem é de classe média alta e vive na praia.

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Os presos têm três celas cada – uma para dormir, uma para estudar, outra para se exercitar. Mas passam a maior parte do tempo fora das celas, onde podem até esquiar, se estiver nevando. Na cozinha, têm acesso inclusive a facas. Um perigo? A taxa de ressocialização é das maiores do mundo, e só 20% reincidem.

Na verdade, a maior parte dos presos começa a cumprir pena em cadeias mais “normais” e terminam a sentença nessas prisões mais “liberais”. As penas em geral também são curtas: 90% não chegam a um ano. Logo eles voltam para o meio da sociedade. E, pelo jeito, para ficar.

Ao ser questionado sobre o preço de tudo isso, um funcionário norueguês respondeu assim. “As autoridades americanas e inglesas podem querer se perguntar se todos os bilhões de dólares e de libras que vêm gastando para trancafiar pessoas atrás de grades altas e arame farpado teve algum efeito nos últimos 150 anos.”

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