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Vereador que ar condiconado nas estações-tubo

O vereador Jair Cezar apresentou um projeto de lei para obrigar as empresas a colocar equipamentos de ar condicionado em todos os ônibus ligeirinhos e biarticulados de Curitiba. O equipamento também seria obrigatório em estações-tubo, embora nem mesmo o vereador saiba como isso seria possível, já que as estações são abertas. Ele diz saber ser difícil aprovar algo do gênero, mas acredita que está prestando um serviço ao abrir a discussão.

Por que é preciso pôr ar condicionado nos ônibus?

Vamos analisar o dia de hoje, de frio. As pessoas que vão na janela, com o vento no rosto, querem que feche. Quem está no corredor quer abrir com medo de gripe. Às vezes está chovendo e quem está na janela fecha. Quem está no corredor quer abrir para respirar melhor. No calor, fica um calor muito grande. Se você bota um ônibus com ar condicionado a 25 graus agrada a gregos e troianos. Fica uma temperatura agradável.

O ônibus tem que atrair as pessoas para elas deixarem os carros. E o que o ônibus de Curitiba fez para atraiar as pessoas nos últimos anos?

E quanto vai custar?

Não sei, mas vai adicionar pouco preço. Mas não fizemos estudo de custo. A duração de um veículo desses é de oito anos, e o preço vai se diluindo ao longo dos anos. Vai ter uma época em que isso vai ser item de fábrica. Hoje, os carros que fogem desse modelo mais popular já vêm de fábrica air bag, vidro elétrico. Quinze anos atrás ninguém imaginava isso. Mas isso acaba virando item de fábrica.

Nos ônibus é fácil imaginar como funcionaria. Mas como seria possível pôr ar condicionado nas estações-tubo, que são abertas?

Olha, não sei. Sinceramente, não sei. Eu estou fazendo uma pesquisa em estações-tubo ultimamente. Visitei umas 250 estações. Meu Deus, o que é aquilo. É você condenar uma pessoa a uma pena. A pessoa fica ali com certeza de que não pode urinar. Eu, por exemplo, estou aqui na Câmara. Se eu precisar de uma necessidade fisiológica, eu vou ao banheiro. Se precisar de uma torneira para tomar água, eu tenho. Agora, ali a pessoa fica sentada, com o sol naquele vidro, sem água, sem banheiro, sem nada. Então, estou terminando um estudo para propor modificações. Quem fez a estação-tubo pensou no passageiro, que chega e sai. Mas no cobrador ninguém pensou.

Mas o senhor propõe colocar banheiro? Aí não precisaria reformular totalmente?

Mas não é totalmente, é adaptação. Esse mesmo estudo eu estou fazendo nesses pontos de táxi. Estou com o desenho quase pronto de uma adaptação com sanitário. O taxista fica urinando em canto de parede, quem é que aguenta isso? Todo mundo tem que ter um sanitário ao seu alcance. Eu vou apresentar o projeto, mas vou apresentar a solução. Porque é fácil você apresentar a proposta mas não apresentar a solução. A UFPR está fazendo o design para mim.

No projeto do ar condicionado o senhor chegou a pensar no design?

O projeto do ar condicionado no ônibus não precisa de design. No caso da estação, não. Eu não acredito que vai ficar a vida toda assim. Quem sabe uma hora não vai ter uma porta vaivém, um quebra-vento. E o ar condicionado podia ser movido a energia solar, com uma plana no teto da estação-tubo. O que eu quero é discutir isso, para o futuro. Se for falar agora, o prefeito vai dizer que não interessa.

E o senhor acha que tem chance de aprovar isso?

Olha, meu caro, isso dá pano para manga. Nós não queremos pressa. Esse projeto hoje é bom. Mas se passar pela Urbs, pelos fabricantes de ar condicionado e pelos fabricantes de ônibus vai sendo aprimorado. E isso aí faz um protótipo. Põe uns dois, três para circular e ver a aceitação. Se a população aplaudir, vai aumentando. E os ônibus vão sendo trocados. Em oito anos, toda a frota estará com ar condicionado.

O senhor é um vereador experiente. Esse projeto não vai cair no impedimento de o Legislativo criar gasto para o Executivo?

É, exato. Mas como Legislativo estou colocando a boca do trombone. Dizendo para zelar pelo usuário do transporte público. Aí o meu projeto vai para o arquivo, mas isso vai ser discutido. Às vezes a gente apresenta o projeto não para ser aprovado, mas para abrir a discussão.

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