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O vereador Professor Galdino (PSDB) copiou um projeto que também foi apresentado na cidade de São Paulo: a ideia é permitir que cães sejam sepultados em cemitérios humanos de Curitiba.

Em São Paulo, a proposta tem a assinatura do vereador Roberto Tripoli (PV), que se tornou o mais votado pelos paulistanos justamente por defender os interesses dos bichinhos. Não é à toa que está sendo copiado…

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O projeto mostra que a bancada “pet” está ficando cada vez mais forte. Por um único motivo, claro: há quem vote em alguém por causa de propostas como essas. Há quem vote pensando em cachorros e gatos.

O texto da justificativa do projeto de Galdino copia quase integralmente o da proposta de Tripoli. Diz que as famílias se apegam aos animais, que o falecimento deles causa dor e que as taxas em crematórios de animais são muito caras. Resta-nos a solidariedade com os bichinhos e seus donos.

Mas Galdino vai mais longe. E, em certo sentido, é mais sincero. Porém, ao mesmo tempo, mais assustador.

A justificativa do vereador diz que é preciso “extirpar o antropocentrismo também no encaminhamento pós-morte, e buscar cada vez mais uma postura biocêntrica, para que cada vez mais haja a compreensão de que todos os seres são uma Unidade”.

A conversa meio hippie, se traduzida, quer dizer que temos de considerar os cachorros e os outros “animais não humanos”, como define o projeto, como nossos iguais.

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No fundo, é isso mesmo que os vários projetos do gênero, inclusive o que criou um hospital público para bichinhos em São Paulo, também de autoria de Tripoli, querem.

Esqueçamos que isso joga no lixo milhares de anos de cultura. Esqueçamos inclusive o bom senso que nos diz que um gato é um gato e não “um animal não humano” que precisamos tratar como um igual.

Vamos pensar apenas nas consequências práticas da proposta “biocêntrica” de Galdino. Por ela, tudo o que se faz para os homens é preciso fazer também para os animais.

Logo, a verba do SUS, que já é escassa, pagará também tratamentos veterinários. A verba do transporte escolar será redividida para pagar “táxidogs” para animais carentes. A Cohab gastará parte de seu orçamento para construir casinhas de cachorro.

De todos os pontos de vista – do histórico ao filosófico, do político ao social – trata-se de uma falta de bom senso que deve ser combatida. Se é que ainda se pode dizer isso sem apanhar de cachorreiros na rua.

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Mas é preciso que alguém diga algo. Ou logo um de nós será preso por “desacato animal” se disser “passa” para o cachorro do vizinho.

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