Vereadora Maria Leticia Fagundes (PV). Foto: Chico Camargo/CMC.| Foto:

Um ofício, um post e a reação que se seguiu. Foi o que bastou na última sexta-feira (21) para movimentar o Partido Verde em Curitiba. O motivo do imbróglio partidário interno foi um ofício que a equipe da vereadora Maria Leticia Fagundes (PV) mandou para o escritório do PDT – partido de Gustavo Fruet – pedindo para que o vídeo da campanha de 2016 fosse retirado do ar.

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Aliado do PDT, o PV reagiu com “surpresa” a situação, que segundo o presidente municipal Paulo Salamuni, não foi discutida com o partido. A surpresa foi seguida de um post no Facebook de Salamuni “Para rememorar a vereadora!”, uma indireta – bem direta – recebida com sucesso por Maria Leticia, que se manifestou nos comentários.

O documento foi entendido como uma tentativa da vereadora de apagar seu apoio a Fruet, já que agora ela faz parte da base do atual prefeito, Rafael Greca. “Ele foi muito deselegante em tratar de um problema que deveria ser tratado dentro do partido e não em rede social”, disse Maria Leticia.

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Ela afirma que tudo foi um grande mal entendido. O ofício, segundo a vereadora, pedia a retirada do vídeo por causa do número 43.180, que ela já não utiliza mais e aparecia sempre vinculado ao seu nome em pesquisas na internet. “Não foi para desvincular a minha participação da campanha do Gustavo em 2012. Não houve essa intenção”.

A vereadora classificou a resposta do presidente municipal do PV como covarde: “Ele [Salamuni] não conversou comigo, foi covarde. Tomou uma atitude covarde”, disse a vereadora. Segundo ela foi um ato de “má fé” do PDT e de Salamuni, não de Fruet, pois o ex-prefeito nem sabia da situação.

Sobre a reação da ex-primeira dama de Curitiba nos comentários, a vereadora disse que ela estava desinformada ao se manifestar baseada apenas na versão do Salamuni. “Pedi votos, caminhei ao lado, acreditei nesta pessoa. Tenho inúmeras fotos ao seu lado, vereadora. Devo também deletá-las? Pensando bem, essa é uma pergunta meramente retórica”, disse Marcia Fruet em um dos comentários.

“Ela entrou nessa vibe. Poderia também ter me ligado. Foi tudo uma confusão”, disse a vereadora. “Em momento nenhum eu tive intenção de desrespeitar o Gustavo. Inclusive eu troquei mensagens com ele. Foi uma distorção”.

Reação do partido

Maria Leticia se mostrou descontente com  a situação: “Eu não merecia isso, eu represento o PV de uma forma digna. Isso foi um assédio moral que eu sofri do presidente [municipal] do partido”.  E foi além, “O fato é que eu sou uma mulher política que cresce no cenário de Curitiba e isso parece estar incomodando a um político antigo, envelhecido e desgastado por uma política velha que é o senhor Salamuni, presidente municipal do partido”.

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Categórica a vereadora afirmou: “O Salamuni se sente ameaçado por mim dentro do partido. Se ele não está satisfeito no PV ele que mude para o PDT”.

“Nós [do partido] só reagimos a essa missiva dela depois que saiu na mídia. Nós também não sabíamos”, disse Salamuni ao se referir a postagem.  As interpretações, segundo ele, são divergentes com relação ao documento. “Se for essa a maneira de fazer política nova, eu prefiro a política antiga”, disse Salamuni com relação aos comentários da vereadora sobre ser um um “antigo”.

“Desse jeito ela não vai crescer como ela imagina. O problema dos novos políticos é que eles vêm fazendo tudo achando que que o mundo começou a partir deles”. Salamuni diz não se sentir ameaçado.

Também falou que na Câmara devido ao coeficiente de votos a “cadeira” do vereador é mais do partido do que da pessoa em si. “Ninguém é dono do seu próprio mandato”, diz se referindo a necessidade da conversa com o partido.

Ele afirma que a vereadora não sofrerá nenhuma punição dentro do partido. A relação com o PDT permanece boa. Apesar de o ofício poder, segundo ele, ser interpretado por algumas pessoas pessoas como um “descarte do PDT”. Paulo Salamuni fala que a intenção da postagem não foi se indispor com a vereadora, mas sim dar uma resposta à sociedade.

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A equipe da vereadora entrou em contato com o presidente estadual do PV, Francisco Martins, o Chico do PV, para moderar a situação entre a vereadora e o presidente municipal.

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