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Vereadores podem ser proibidos de dar nomes a ruas. Mas, nesse caso, farão o quê?

galdino - hm

O vereador Professor Galdino apresentou um projeto tirando da Câmara a atribuição de sugerir nomes para as ruas de Curitiba. A justificativa da proposta afirma, basicamente, que a população sempre reclama que os vereadores passam tempo demais discutindo tolices – como nomes de ruas, claro – ao invés de discutir propostas mais importantes para a cidade.

Pela proposta de Galdino, a prefeitura teria a partir da aprovação o dever de decretar o nome dos logradouros e os vereadores, assim, ficariam livres para suas funções mais importantes. Ele diz até que com isso se evitaria o gasto de tempo e de papel.

O projeto, em certo sentido, mostra que a classe política (se é que Galdino é representativo dela) está percebendo que precisa mudar algo em seu jeto de fazer as coisas. Realmente: perder tempo de sessão legislativa aprovando bobagens como nomes de ruas, títulos de cidadania honorária e debatendo quem deve ser objeto de moção de aplauso mostra que os vereadores muitas vezes dedicam-se a questões irrelevantes.

Mas tirar isso da frente os tornará melhores? Na verdade, não necessariamente. O problema não é exatamente a discussão desses assuntos, mas a falta de discussão de outros temas. E parar de debater nome de ruas não significa que os parlamentares vão se ocupar de fiscalizar as contas do prefeito, por exemplo.

O que se quer, resumindo, é que os vereadores não sejam meros oompa loompas a serviço da prefeitura e de outros poderosos, mas que pensem por conta própria e tenham iniciativa para assuntos relevantes. Que cobrem do prefeito (no bom sentido, que vejam as contas públicas, que chamem secretários para se explicar, que apresentem propostas relevantes,

Somente retirar os nomes de ruas da pauta pode significar apenas sessões mais curtas. E vereadores indo para rua mais cedo fazer campanha. Pode ser um primeiro passo para melhorar a Câmara. ou pode simplesmente ser um passo rumo a um vazio ainda maior.

Afinal de contas, não é a lei que faz a Câmara, que decide se ela será útil ou não. São os próprios vereadores e a população.

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