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Vereadores se lembram que livrarias existem. Pelo menos uma vez

camara

Enfim, os vereadores se lembraram que nem só de bares se faz uma cidade. Uma proposta do vereador Tito Zeglin que passará a ser discutida na Câmara de Curitiba prevê que não só botecos e congêneres poderiam usar as calçadas em frente a seus estabelecimentos, como já foi debatido antes. Livrarias, por exemplo, também seriam beneficiadas pela legislação, sugere o vereador.

Os vereadores, como todos os legisladores em geral, pautam sua atuação de acordo com a pressão que sofrem. É aquilo a que normalmente se chama lobby. Nos últimos tempos, o lobby das biritas tomou conta da cidade, por meio da Abrabar de Fábio Aguayo. Os vereadores passaram a conversar com casas noturnas e assemelhados e pulularam propostas (das sensatas às mais absurdas) para favorecer os donos das vendas.

De tão rara, a proposta em favor das livrarias chama a atenção. Afinal, pode-se argumentar que quem vende álcool e diversão noturna também merece o favor dos vereadores. Mas por que eles dão tão pouca atenção a assuntos de cultura? O mesmo não ocorre com a educação: como as aulas são obrigatórias, há lobby, sim, de pais, APMs e professores para leis que tenham a ver com o ensino. Mas a cultura, digamos, que vá além da sala de aula, fica esquecida.

Uma livraria pode mudar, para melhor, a vida de uma cidade. Nos últimos anos, Curitiba ganhou gigantes do setor e é visível com a oferta melhorou. Em outros setores, a mesma coisa: difícil ver um vereador trabalhando para tornar mais visível a música clássica ou para incentivar a leitura.

Para não ficar no achismo, o blog fez um teste. No sistema de projetos apresentados pelos vereadores, digitou a palavra “livrarias” para ver o que foi protocolado desde o início da gestão. Voltaram 524 propostas. Bastante! Mas logo se percebe que é um engano. Fora a proposta de Zeglin, vendo os primeiros 100 resultados vê-se que 99 são de palavras semelhantes a livros, mas que dizem respeito a outra coisa. Quase todas são sugestões de “academias ao ar livre”. Livros, mesmo, só em uma.

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