A vitória de Aílton Araújo (PSC) na disputa pela presidência da Câmara de Curitiba é uma vitória do prefeito Gustavo Fruet (PDT). O que não deixa de ser curioso, já que o novo presidente do Legislativo municipal é do partido de Ratinho Jr.
No entanto, pelo andar da carruagem, havia duas opções na Câmara. Uma era a vitória do grupo mais próximo ao prefeito. E embora Fruet não tenha dado apoio formal a ninguém, sabia-se que o grupo que elegeu Aílton Araújo era o que está mais satisfeito com a condução dele na prefeitura. E mais satisfeito com o modelo de Paulo Salamuni (PV) nos últimos dois anos na Câmara.
Salamuni fez uma gestão modesta, mas que teve o mérito de melhorar a imagem da Câmara – lembremos que até 2012 a presidência coube a João Claudio Derosso, que acabou defenestrado após ter sido acusado de irregularidades na gestão da publicidade milionária do Legislativo.
A oposição a Salamuni (e a Aílton Araújo) não era exatamente uma oposição a Fruet. Mas foi para lá que migraram os vereadores mais insatisfeitos com sua gestão.
O que leva a uma outra especulação. Chicarelli (PSDC), que acabou sendo o candidato a bater chapa com Aílton Araújo, teve 12 votos. Isso pode significar que a minguada oposição a Fruet (hoje são só 2 vereadores, contra 36 de situação) pode aumentar significativamente.
Alguns vereadores já são vistos como opositores. Falta apenas formalizar a mudança de lado. Casos do próprio Chicarelli, de Valdemir Soares, de Zé Maria, de Rogério Campos e de Chico do Uberaba, entre outros. Se eles todos forem oposição, ainda assim Fruet terá maioria. Mas muito menos folgada do que tem hoje.
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