Comadre Sandra, minha querida,
Esse assunto da sacolinha acabou rendendo mais que feijão de pobre, hein? Nossos leitores, que pelas minhas contas agora são “cerca” de nove, se encarregaram de jogar luzes sobre o tema – como o compadre Marco Antônio Sanchotene, que escreve desde as paragens da Áustria e conta da experiência européia com descartáveis em geral.
Animados, os amigos que nos prestigiam fizeram até votação sobre o sucessor da antiecológica sacola plástica.
Por enquanto, a bolsa de lona lidera as preferências, com algumas menções românticas para o saco de papel e a oportuna observação da Cinthia Larissa de que o carrinho de feira vai nos levar de volta à lambança das calçadas. E segundo ela própria diz, basta ter que administrar o saltinho.
A Isabela França nos deu a honra e apoiou sua tese de que os supermercados podem dar descontos simbólicos para quem levar sua própria bolsa.
Também foi bom notar que a turminha não caiu no conto do plástico “oxibiodegradável”, que vira na verdade farelo de plástico.
Por sinal, os vereadores da capital paulista vetaram projeto de lei que impunha a adoção desse material. O que me fez pensar: se não é bom para São Paulo, campeã nacional em poluição, por que seria para Curitiba, autoproclamada capital ecológica do país, e para o Paraná?
Por sinal, comadre, na Alemanha, ano passado, vi práticas interessantes de conservação. Os tais mercadinhos de vizinhança são quase espartanos em suas instalações. As mercadorias ficam expostas nas caixas em que vieram dos distribuidores e não tem essa de se fornecer sacola. É todo mundo com sua bolsinha trazida de casa ou tem que comprar uma na hora.
E o que achei mais legal são as máquinas que devolvem um valor em dinheiro quando nelas se depositam garrafas de vidro – aliás, água e refrigerante praticamente só são envasadas em embalagens retornáveis.
Claro que não é do nosso tempo, mas antigamente as pessoas guardavam garrafas de vidro de refrigerante e de cerveja. Os famosos “cascos”.
É o que sempre digo, comadre. Nossas otoridades não precisam nem queimar as pestanas para melhorar a vida de todo mundo. Na falta de boas idéias próprias, é só copiar os outros. Meio caminho para não se embarcar em canoa furada de lobbistas profissionais.
Fui, comadre. Um beijo para você e para nossos leitores.
Marisa



