Meu ofício é o jornalismo, não há dúvidas. É nessa bisbilhotagem do bem que me sinto à vontade, que aprendo e me divirto. Meu ambiente é o barulho da Redação e sei que produzo boa parte dele. Meu motor é a pressão que vem da apuração bem feita, do fechamento no horário, da caça às fontes, da vibração do repórter e até, vejam só, da agonia dos chefes, que tentam organizar o caos da criação coletiva.
Jornalista há um par de décadas, e mais alguma coisa, sou há seis anos editora de Economia da Gazeta do Povo. Trabalhei em jornal e televisão no Rio Grande e no Mato Grosso do Sul. Em Curitiba, passei pelo jornal Indústria e Comércio, nos seus áureos tempos, pela sucursal do Jornal do Brasil, Copel e Prefeitura.
Outras informações (im) pertinentes:
Sou gaúcha com orgulho, mas não exerço (a menos que o Grêmio jogue aqui ou que seja 20 de setembro, dia em que canto o Hino Farroupilha, ao telefone, para o amigo Bernardo Bittencourt). De resto, falo alto, dou risada à toa e espirro diariamente por volta das 20 horas. Por causa disso, quando estou de férias, a Redação se atrasa no fechamento do jornal.
Marisa Boroni Valério
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Há exatamente uma década deixei minha amada São Paulo para viver na Curitiba que até então eu só conhecia dos escritos do vampiro Dalton Trevisan. Ainda hoje descubro facetas diferentes desta querida cidade que cada dia mais se cosmopoliza. Meu olhar “estrangeiro” me ajuda a identificar as inúmeras lições de urbanidade que Curitiba dá – como bem reconheceu a revista dominical do The New York Times em uma reportagem de oito páginas, veiculada no dia 20 de maio. E é esse olhar — reforçado pelo dever do ofício de repórter, que exerço há 16 anos — que quero dividir com os leitores do blog. Uma ousadia compartilhada pela querida amiga Marisa, um dos presentes que Curitiba me deu.
De nascimento, sou paulista. Nas minhas origens pelo menos seis gerações de moradores da Ilha da Madeira e, lá atrás, uns mouros. Atribuo a estes — e não ao talentoso colega Paixão – os traços apresentados na minha caricatura. Já trabalhei na Rádio Cultura, na tevê Gazeta e na Folha de S. Paulo. Na Gazeta do Povo passei pelas editorias de Paraná, Economia e Mundo. Atualmente, sou editora de Opinião.
Sandra Gonçalves