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E venceu o corporativismo

Marisa, querida:

Revoltante a prevalência do corporativismo que protegeu Renan Calheiros da degola tão esperada pelos cidadãos que — apesar de tudo — ainda têm esperança e motivação suficientes para acompanhar os desdobramentos políticos do país. O voto secreto (determinação constitucional) em seção secreta (determinação regimental) serviram para acobertar os que preferem manter o espírito de corpo a render-se às exigências ditadas pela lógica, pela ética e pelo dever de atender ao clamor dos eleitores. Há quem diga que Renan é só mais um e que há casos mais graves no Congresso. Acho provável. Mas não vejo nessa constatação razão suficiente para poupar o senador que confessou obter dinheiro de empreiteiras para cobrir gastos pessoais. Confessou e desmentiu, retificou e desconversou. Tudo ao sabor das necessidades do momento, para combater as inúmeras provas pontuais que foram surgindo no caso. Se há vencedores, há vencidos. Vencida ficou a fé na democracia brasileira. Como sinal de esperança, destaco aqui a frase do senador Cristovam Buarque, que destacou: “A absolvição dos senadores está restrita ao Senado.”

Agora é torcer para que qualquer dia desses o Senado acabe com a seção e o voto secretos.

E, como bem lembrou a Doralice em comentário relativo ao post anterior, temos de tentar conferir como votaram os senadores paranaenses.

Sandra

*** Comadre Sandra,

A metáfora é surrada, mas não resisto: terminou mesmo tudo em pizza. Agora o governo já pode se preocupar com outro remédio amargo — a continuação da CPMF. E pensar que passamos a maior parte do ano trabalhando para sustentar os três caros poderes…

Fui.

Marisa

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