Sandra do céu!
Eu, que não durmo muito cedo, não antes da 1 h da madruga, tive que levantar às 5h30 dia desses, para dar uma carona até o aeroporto a um esperançoso passageiro.
O otimista embarcaria às 7 h para desembarcar no Galeão, no Rio. Então, lá fomos nós, debaixo de um frio antártico.
Como era de se esperar, meu desiludido caroneiro só conseguiu ver a cor do céu carioca ao meio-dia, depois de cinco horas de atraso no seu vôo.
Mas o desesperado estava a trabalho, enfrentando os cavacos do ofício. E eu, que só prestei um favor?
Eu merecia pelo menos um telefonema da companhia aérea, desculpando-se por prejudicar o meu sono. Lamentando a interrupção de meu descanso.
Ou, melhor ainda, me avisando que não era preciso levantar tão cedo, que podia dormir mais um pouco, já que o vôo estava atrasado.
Cinco horas de atraso, faça as contas: isso me permitiria dormir pelo menos até civilizadas 8h30 da manhã.
Nesse mesmo dia, o João Paulo conta que a mãe ligou para a TAM para saber se o vôo que aguardava estava no horário, a fim de calcular a saída de casa para ir buscar o pai dele.
E veja só, comadre, ouviu uma risadinha irônica da funcionária, que se espantou com a pretensão da cliente.
Foi como se dissesse: “Ora, bolas, querer saber horário de vôo…Em que país a senhora está vivendo? A senhora não ouviu falar do caos aéreo? A senhora não soube que caiu um avião outro dia, matando 200 pessoas? Ou a senhora pensa que isso aqui é uma rodoviária, lugar de onde os ônibus saem no horário?”.
Beijo comadre,
Marisa
(e antes que alguém pense mal de mim, esclareço que a carona madrugueira era para meu marido)
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