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Carlos Alberto Di Franco

Carlos Alberto Di Franco

Jornalismo

Uma agência de notícias para a Amazônia

Amazônia convive com "três Estados", diz Aldo Rebelo: o oficial, o do crime organizado e o das ONGs. (Foto: Ministério do Turismo)

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O Grupo Rede Amazônica protagonizou uma notícia importante na mídia brasileira. Acaba de ser lançada uma agência de notícias sobre a Amazônia: a Amazon Agency. Com conteúdos exclusivos e com foco no mercado internacional, o grupo lançou a Amazon Agency no último dia 27; ela vai oferecer uma cobertura completa sobre os principais assuntos relacionados à região, em formatos variados, como vídeos, fotos e textos.

Como conselheiro do grupo, participei do projeto com grande entusiasmo. Estou convencido da importância da Amazônia para o Brasil e para o mundo. Daí a urgente necessidade de oferecer uma informação de alta qualidade técnica e ética sobre o fascinante continente verde. O CEO do Grupo Rede Amazônica e um dos idealizadores do projeto, Phelippe Daou Junior, comentou que a Reuters, maior agência de notícias do mundo, é a primeira parceira da Amazon Agency. “O grande objetivo pensado há um ano e meio foi o de levar a Amazônia para o mundo, mas com a visão de quem vive aqui”, afirmou Daou.

Afiliada da Rede Globo, a Rede Amazônica está presente com TV, rádio e internet em cinco estados da Região Norte: Amazonas, Amapá, Roraima, Rondônia e Acre. Também está presente no Pará, com a CBN Amazônia. O novo projeto, ancorado na forte credibilidade do grupo, conta com estrutura e equipe própria: coordenador, produtores, pauteiros e editores de imagens. Também possui ferramentas tecnológicas, que vão possibilitar a captação de conteúdo e o cadastro de profissionais freelancers (jornalistas, fotógrafos, cinegrafistas, vídeo repórteres). O site oficial da agência será o portfólio de conteúdos e notícias que, a partir de agora, o mundo vai poder acessar.

Chegou a hora de unir os brasileiros na construção de uma magnífica causa: a soberania e o desenvolvimento da Amazônia. E isso passa, sem dúvida, por informação de credibilidade

A Amazônia, carregada de desafios e de imensas oportunidades, não tem tido uma informação confiável e profunda. Muitos interesses, dentro e sobretudo fora do Brasil, têm tecido narrativas enviesadas sobre a região. Como diz Aldo Rebelo, ex-ministro da Defesa e profundo conhecedor da região, “a Amazônia é dos amazônidas e dos brasileiros”. Não pode ser sequestrada pela cobiça internacional e pelo descaso dos governos. Preservar o meio ambiente é uma necessidade, mas promover o desenvolvimento é um dever humanitário essencial. Não é aceitável que milhões de brasileiros vivam sem saneamento básico, saúde e educação. Chegou a hora de unir os brasileiros na construção de uma magnífica causa: a soberania e o desenvolvimento da Amazônia. E isso passa, sem dúvida, por informação de credibilidade. Eis aqui, amigo leitor, a motivação central da Amazon Agency.

Em recente depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a atuação das organizações não governamentais (ONGs) na Amazônia, Aldo Rebelo afirmou que convivem na região três Estados paralelos: o primeiro seria o oficial, das prefeituras, estados e União, com suas agências e órgãos; o segundo seria o do crime organizado e narcotráfico; e o terceiro é o que ele chama de “Estado paralelo das ONGs”. Existem, por óbvio, ONGs sérias e que desenvolvem um bom trabalho. Outras, no entanto, são apenas instrumentos de interesses internacionais. “Não é pelo meio ambiente que a Amazônia está em evidência. É pelos nossos bens”, enfatizou Rebelo.

É preciso superar vetos absurdos ao desenvolvimento da região. Basta pensar na paralisação das obras da Ferrogrão, projeto ferroviário que prevê a ligação entre Sinop (MT) e o Porto de Miritituba (PA). Uma decisão monocrática, mais uma canetada de gabinete, impediu já lá vão dois anos a abertura de um importante corredor para exportação de grãos. Tudo isso, de modo respeitoso, deve ser objeto de um jornalismo investigativo sério e responsável.

A Amazônia reclama comunicação de qualidade. Quem informar com seriedade será bem percebido pela sociedade. Vivemos um momento disruptivo e de desintermediação. Todos, sem exceção, percebemos que chegou para o jornalismo a hora da reinvenção. A sociedade está cansada do clima de militância que tomou conta da agenda pública. Sobra opinião e falta informação. Os leitores estão perdidos num cipoal de afirmações categóricas e pouco fundamentadas, declarações de “especialistas” e uma overdose de colunismo. Um denominador comum marca o achismo que invadiu o espaço outrora destinado à informação qualificada: radicalização e politização. Trata-se de um fenômeno generalizado.

O jornalismo reclama alguns valores essenciais: amor pela verdade, paixão pela liberdade e uma imensa capacidade de sonhar e de inovar. Eles resumem boa parte da nossa missão e do fascínio do nosso ofício. Hoje, mais do que nunca, numa sociedade polarizada e intolerante, precisam ser resgatados e promovidos. O jornalismo sustenta a democracia não com engajamentos espúrios, mas com a força informativa da reportagem e com o farol de uma opinião firme, mas equilibrada e magnânima. A reportagem é, sem dúvida, o coração da mídia. É isso, e só isso, o grande objetivo da Amazon Agency. Fazer jornalismo propositivo. Não ocultar os equívocos, mas valorizar as oportunidades. A Amazônia merece o trabalho de todos nós.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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