Athletico fica menor com desfecho impiedoso da Recopa

É no mínimo interrogativo neste momento em que o Athletico voltou a ser derrotado com gols assinalados pelos adversários nos acréscimos.
Se fosse algo inédito, poderia ser assimilado com
naturalidade. Mas não é. Tornou-se um grave problema recorrente do atual time
atleticano que se apresenta praticamente imbatível dentro da Arena da Baixada e
completamente inseguro como visitante.
O Athletico fica menor com tantos gols nos acréscimos que determinam derrotas impiedosas.
Até que houve alguns lampejos técnicos, como se verificou
nas recentes derrotas para o Boca Juniors, na Bombonera; Fortaleza, no Castelão
e Flamengo, no Maracanã, entre outras.
Lampejos de bom futebol, predomínio na maior parte dos
jogos, gols, porém a frouxidão do sistema defensivo nos instantes derradeiros
das referidas partidas determinaram fracassos melancólicos e retumbantes.
Pois não há de ver que o incomodo fenômeno repetiu-se em
plena partida final da Recopa Sul-Americana.
Não que o time de Tiago Nunes tenha realizado uma grande
exibição no primeiro tempo, em Buenos Aires. Até pelo contrário, surpreendeu a
insegurança e a falta de ambição na busca do gol que liquidaria a fatura a
favor do representante brasileiro.
Talvez possa ser depositado na conta do nervosismo provocado
pela inexperiência de diversos jovens valores em competições desta envergadura.
Entretanto, o grupo é mesclado por jogadores experientes com as reluzentes
revelações. Deveria haver mais consistência do elenco que se apequena fora de
casa.
Mas o que parece ter acontecido mesmo foi a opção do
treinador pela tentativa de controlar as ações em campo, conter o ímpeto do
adversário e jogar por uma bola, como se diz na gíria dos boleiros.
Não funcionou.
O River Plate voltou para o segundo tempo disposto a
arrebentar os cordões e agitar as sessenta mil pessoas que o empurravam no
Monumental de Nuñez. E o Athletico não agüentou o rojão. De novo.
Sofreu o primeiro gol, que levaria a decisão para a
prorrogação, através de uma penalidade máxima cometida pelo tarimbado argentino
Lucho Gonzalez. Ignácio Fernandez cobrou, Santos defendeu e concluiu no rebote.
Daí em diante é que se esperava mais do Furacão. Uma atitude
de competidor mais veemente e disposto a mostrar os motivos que o conduziram a
final da Recopa.
Mas a reação não aconteceu. Os comandados de Tiago Nuñez
continuaram tímidos em campo e frustraram os sonhos dos atleticanos espalhados
pelo Brasil.
O resultado negativo de 1 a 0 ainda assegurava uma saída
honrosa para decidir tudo na prorrogação ou nas penalidades máximas.
Porém, lamentavelmente assombrou a recorrência da
instabilidade defensiva nos instantes finais com dois gols que levaram o River Plate
a uma goleada histórica.
Os gols de Lucas Pratto e Matias Suarez sepultaram os sonhos de conquista de um grupo de jogadores que, inexoravelmente, não consegue se impor fora da Arena da Baixada.
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Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...