O povo sumiu dos estádios paranaenses

Estranha a insistência de alguns setores com a manutenção dos campeonatos estaduais no modelo em que são disputados.
Além da evidente deficiência técnica da maioria dos competidores, o povo sumiu dos estádios paranaenses nesta temporada.
A CBF, que mantém os estaduais apenas para garantir a sobrevivência e o voto de cabresto das federações, devia reinventar-se. Em vez de criar uma competição que, efetivamente, ajudasse os pequenos times do interior, obriga os chamados grandes, com calendário anual completo, submeterem-se a prejuízos garantidos.
Estranho esse Campeonato Paranaense.
Nenhum time se firmou, nenhum grande destaque ou revelação chamou a atenção, uma certa igualdade técnica que poderia significar motivação, mas que se tornou uma mediocridade anêmica e insossa.
As rodadas vão se sucedendo e nada de novo acontece. Será que nem as finais conseguirão emocionar os torcedores ?
Futebol é paixão, não somente negócios e o cumprimento de um calendário mal elaborado em todos os sentidos.
O Coritiba, que surpreendentemente recuperou-se a tempo e sagrou-se campeão do Turno – Taça Dionísio Filho, a melhor idéia da Federação foram as homenagens prestadas a ele e a Caio Junior, nome da taça do Returno – e afundou em profunda depressão.
Sábado, mesmo aos trancos e barrancos, conseguiu vencer o Cianorte, mas não evitou as vaias no final da partida. Claro, as vaias foram mais pela dor da eliminação na Copa do Brasil.
As coisas estão muito nebulosas no Alto da Glória.
O time aspirante do Atlético alterna atuações interessantes com outras absolutamente cautelosas e sem criatividade. Foi assim no arrastado empate sem gols com o Londrina.
Quem está tirando proveito é o Paraná. Tudo porque o novo treinador Rogério Micale está conseguindo dar sentido ao time. Ou, por outra, depois do atrapalhado retorno de Wagner Lopes, parece que as coisas estão sendo colocadas nos devidos lugares em Vila Capanema. Que assim seja.
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