Em certas noites me acomete, como se tivesse uma tristeza imensa, serena, sem limites, uma vontade de sentar na porta de casa, ficar olhando pra cima, indiferente, e inventar nomes às estrelas.
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Não sei bem dizer se nunca amanhece nos corações em fuligem. Mas pode ser que se estabeleça algo novo quando juntarmos duas melancolias, os nossos copos e o que restou de nossos vinte anos. Chego em casa, pego minha cadeira e penso se é possível te fazer desaprender a ser triste começando pelo céu.
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E a vida seca e o dia nunca tem mais do que duas cores. Sabe uma vontade que tenho? Sair de carro, ouvindo algumas músicas do relicário afetivo, parando de cidade em cidade. Despir a madeira de sua embarcação para saber o que está realmente escrito na origem dos ossos.
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Durma bem, minha querida.
[Ou venha cá e descanse na escuridão de meus braços.]