Nestes dias em que andei imerso nas questões extraterrenas – aliás, o organizador do fórum de ufologia não gostou nada da matéria publicada no jornal –, ir até a biblioteca da Universidade Positivo, quase meio ano depois de me formar, ainda me assombra, como a cena final de Contatos Imediatos de Terceiro Grau.
Sento num banquinho da cafeteria e observo uma moça de cabelos castanhos presos e ar de quem evita escadas na sexta-feira. Ela compra um energético e abre a garrafinha com um cansaço de nove planetas. Talvez seja estudante de Jornalismo.
Aguardo uma colega e, a bem da verdade, não tenho muito a dividir contigo, que me lê à espera de algum acontecimento. Estou lendo o conto Boa Viagem, Senhor Presidente, do Gabriel García Márquez, mas qualquer coisa me interrompe:
Terminou o jornal sem pressa, flutuando nos ceios suntuosos de Brahms, até que a dor foi mais forte que a analgia da música. Então olhou o reloginho de ouro que usava pendurado numa corrente de bolso do colete, e tomou as duas pílulas calmantes do meio-dia com o último gole da água de Evian.
Ando de espírito leve, buscando resolver algumas dívidas, acabou o semestre da nova faculdade, ansioso para ver o que será de meu rumo profissional nos próximos dias, umas coisas assim.
Como diz meu amigo Pinguinha, estou bem, mas um pouco é maquiagem.