Conversa no carro entre a irmã e a sua cunhada:
– E como estava a festa na Rosângela?
– Ah, não fiquei muito, não. Tomei uma cerveja e conversei um pouco. Aí chegou a polícia.
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Numa chácara em Colônia Cristina, o amigo e a irmã conversando sobre as belezas da vida no campo. Apenas relembro Max Jacob e sua pergunta: “O campo, esse lugar onde os frangos passeiam crus?”
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Minha avó de 78 anos pergunta quando vence a assinatura do jornal e me dá um poema que ela escreveu, o que me entristece. Não sou um bom neto.
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Mando ao meu amor de domingo – e de outros domingos, se você quiser, minha querida – Canto de Nanã, de Dorival Caymmi.
De noite até de manhã
Ouvir cantar pra Nanã
É uma canção tão simples e deslumbrante que até fico um pouco constrangido de escolher adjetivos.
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O São Paulo perdeu, Roger Federer venceu, Felipe Massa errou na estratégia, o vôlei feminino ficou em terceiro lugar, um brasileiro ficou sem o cinturão no Bellator, teve amistoso da NBA no Brasil, um domingo como qualquer outro – e eu continuo aqui, carregando meus anacronismos, encerrando-me em mais uma solidão.
Um dia aprenderei a solarizar a melancolia e farei meu próprio solar-self-portrait.
Durma bem.
A noite não é um intervalo entre uma tristeza e outra.
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