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Para onde?

Após três dias sem trabalhar e dois sem dormir – uma dor de garganta aliada a uma velha lombalgia, bem-vinda, senhora decrepitude –, uma coisa realmente me preocupa agora, às 1h19, febre controlada: não conhecer alguma música do Baú da MIX TV.

É o que acontece quando aparece a legenda de Rodo Cotidiano, do Rappa, e começa o ôo^^ooô^^oôôôôo^^OÔO^^OÔÔ, my brother. Sei que música é. Ou não? Como começa? É a música do avinhão, como cantava um amigo depois que acabava o vinho e a garrafa virava elemento mímico de um fantástico zepelim etílico?

Conversando a pouco com meu amigo de noites descontroladas, chegamos a uma curiosa conclusão: talvez (nem foi uma conclusão, como se percebe) sejamos eternos convites aos vícios e à aventura. Aí não há saúde que agüente, embora seja de bom tom informá-lo, leitor, leitora, que meu cunhado de 40 anos, que mora há onze aqui do lado, disse que não tenho barriga porque não bebo. Bebida não é o meu problema. A trema era um charme, não?

[Por algum motivo, penso como seria engraçado uma montagem do Stephen Curry mascando o protetor bucal no clipe Killing In The Name, do Rage Against The Machine.]

Três Capital Inicial depois, me ocorre também que quase não viajei esse ano e já é mês 10, conferi no banco na sexta-feira, durante uma transferência – estou cada vez melhor nessas tarefas –. Minto. Conheci o Piauí em janeiro. Belíssimo lugar. Como fui parar lá? De tanto ouvir Like a Prayer, que clipe, que fenômeno no karaokê essa canção. Também trouxe da terra de Torquato Neto uma intoxicação alimentar. Mas reitero: o Brasil é maravilhoso, o suco de caju de 500 ml custa dois reais em Teresina, Shopping Pintos: melhor lugar, e cada vez que eu passo em frente a um bar aqui de Araucária, com suas palmeiras de mentira e o desenho na parede de um polaco sem camisa, imensa barriga e suspensório, fico com saudades nordestinas. Vamos viajar, minha querida? Vamos ouvir Sybille Baier em alguma praia desconhecida? Já disse hoje o quanto gosto de sua companhia? Gostaria de contar pra você que conheço o nome de todos os dinossauros que vinham no chocolate – óunnn… – e te ouvir cantar a capela o Parabéns Crioulo, “paz e alegria na lavoura da amizade” – é que hoje foi aniversário da minha irmã.

Toca Akon agora.

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