Amar pode ser o pior tipo de solidão acompanhada. Ainda mais se o objeto amado é uma encruzilhada.
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Henry Miller, talvez não ele, dizia que há três coisas a fazer com uma mulher: amá-la, sofrer por ela ou transformá-la em literatura. Sempre faço uma escolha. Por isso algumas mulheres sempre reclamaram de que sumo de suas vidas sem avisar, o que muito me ofende. Vocês se eternizam fora de mim. É a minha elegia.
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Hoje fui levar o lixo pra fora e percebi duas coisas: 1) Morar sozinho é a soma de pequenos gestos de autoamparo; 2) Os anos nos tornam cada vez mais ensimesmados com o que é o amor e suas perspectivas. Hoje, ser amado, aos meus ouvidos, é dividir o que tenho a dizer sobre o lixo. Reconheço que é um peso difícil de carregar. Por isso invento seres imaginários.
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Onde foi parar o amor que acreditava sentir? Ele estava aqui há dois dias. Hoje acordei, procurei, não achei.
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Ontem, bebendo na casa dos amigos, uma amiga lembrou o dia antológico em que menti a uma mulher, hoje grande amiga minha, sobre a existência de um macaco de estimação, um sagui, mais especificamente. Olhando assim, de longe, sob a perspectiva primeva de que vivemos em encanto-desencanto e de que foi uma mentira honesta e sem desdobramento, penso onde foi que perdi a capacidade de reinventar-me.
Ela me disse um negócio ontem, até marquei a hora: 4h17, muito significante. Eu busco relacionamentos leves. É isso.
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Já volto. Vou ali ver Django Livre. Sim, ainda não vi.
Até depois.
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O resto é sombra de árvores alheias.
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