Crises conjugais constituem um dos temas mais recorrentes no cinema mundial e, provavelmente, continuará sendo até o fim dos tempos. Da comédia ao drama, passando até pelo thriller (como esquecer de Atração Fatal (1987), de Adrian Lyne), o assunto já serviu de matéria-prima para diretores importantes, como Woody Allen, Ingmar Bergman, John Cassavetes e Vittorio de Sica. E também está sempre no cardápio da produção mainstream hollywoodiana. Exemplo disso é o simpático e eficiente Amor a Toda Prova, que estreou na última sexta-feira em Curitiba.
Steve Carrell, que desde O Virgem de 40 Anos tornou-se um especialista em viver tipos comuns com problemas de autoestima, vive o papel de Cal, um homem casado desde os 17 anos com sua primeira namorada, Emily (Julianne Moore). Toda a estabilidade na qual ele imagina viver cai por terra quando a mulher anuncia que deseja o divórcio. E pior: dormiu com um colega de trabalho, um certo David Lindgagen (Kevin Bacon).
A notícia cai na vida de Cal como uma bomba. Mas ele aceita sair de casa e se mudar para um pequeno apartamento, deixando a casa para sua família. Sua crise de meia-idade — Cal não tem ideia de como conquistar uma mulher — coincide com a entrada na puberdade de seu filho Robbie (Jonah Bobo), que aos 13 anos se descobre perdidamente apaixonado pela adolescente que costuma cuidar dele e da irmã quando os pais saem à noite.
Ao resolver frequentar um bar para solteiros, Cal conhece Jacob (Ryan Gosling, de Diário de uma Paixão), um don Juan contumaz que vai tentar treiná-lo nas artes da sedução, ainda que, no fundo, ele continue apaixonado por Emily.
Bilheteria
Este é o ano das comédias no cinema norte-americano. Entre os 20 filmes de maior bilheteria de janeiro até agora, cinco pertencem ao gênero: Se Beber Não Case 2, Missão Madrinha de Casamento (ainda inédito no Brasil), Quero Matar Meu Chefe e Esposa de Mentirinha . todos renderam mais de US$ 100 milhões. Não muito atrás no ranking, e há pouco tempo em cartaz, Amor à Toda Prova já passou de US$ 70 milhões.
O êxito é justificável: sem renovar o gênero, o filme se beneficia de um roteiro bem-amarrado, com diálogos espertos e situações inesperadas. Mas o ponto alto fica mesmo com o elenco que, além de Carrell, Julianne e Gosling, ainda conta com Marisa Tomei (de O Lutador), hilariante no papel de uma professora aloolatra com quem Cal se envolve, e a novata Emma Stone, a jovem atriz do momento, que se sai bem como Hannah, uma garota que vai colocar o donjuanismo de Jacob em xeque.
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