A relação das pessoas com o cinema está definitivamente mudando com rapidez. Conheço gente que não saía das salas de exibição da cidade e hoje dizem preferir ver os filmes em casa. Sem mal-educados conversando em volta, barulho de pacotes de pipoca farfalhando, celulares tocando fora de hora e outras intervenções que tiram a concentração dos que estão lá para assistir ao que está sendo projetado na tela.
“Eu baixo tudo” é outra frase que também tenho ouvido com maior frequência. Impacientes com um circuito exibidor como o curitibano, que de fato deixa na mão muita gente que curte mais do que os blockbusters, os cinéfilos estão indo à rede em busca de filmes que podem levar meses, senão anos, para serem distribuídos por aqui.
Há que se lembrar, no entanto, que fazer download de filmes dos sites de compartilhamento é uma atividade ilegal, que viola as leis de direitos autorais. O mesmo vale para quem compra DVDs de camelô. Dito isso, também é preciso constatar que essas práticas estão cada vez mais difundidas entre os mais diversos tipos de público. Falta fiscalização? É um processo irreversível? Não tenho respostas.
Em São Paulo, onde a pirataria é praticada a céu aberto, há bancas na Rua Augusta, próximas ao Espaço Unibanco, que só vendem DVDs de filmes do chamado “cinema de arte”. Em outubro, quando estava na capital paulista cobrindo a Mostra Internacional de Cinema,fiquei de cara diante da variedade de títulos disponíveis, que iam de documentários e clássicos a produções recentes, muitas delas ainda inéditas no Brasil. Acreditem ou não, estavam ali à venda, por menos de R$ 10, filmes que estavam passando na própria Mostra.
Sou um purista. Se posso ver um filme na tela grande, no escurinho do cinema, não abro mão dessa experiência, desse direito. Concordo que o público, sobretudo quando o título é mais pop, está cada vez mais sem educação e respeito pelos outros. Mas não quero e não vou desistir desse prazer, não. Se tiver de bater boca, eu bato. É um barraco justificável.
Faço, no entanto, um apelo aos exibidores: precisamos de mais e melhores filmes em cartaz nos cinemas de Curitiba. Salvo raras exceções, a programação anda um pavor.
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