A falta de imaginação em Hollywood é tamanha que, além de os estúdios produzirem filmes com enredos muito parecidos uns com os outros em escala industrial, refazer títulos de sucesso tornou-se prática costumeira – e quase sempre com resultados sofríveis. Esse é o caso de Conan, o Bárbaro, que estreia nesta sexta-feira em cópias convencionais e 3D (ambas com opções dubladas e legendadas).
A proposta é “reinventar”, conceito mais do que banalizado na cultura pop contemporânea, o personagem que fez do ex-fisiculturista austríaco Arnold Schwarzenegger um longevo astro de filmes de fantasia e ação no início dos anos 80. O original, mesmo que não seja um marco do gênero, tem a direção segura de John Milius, que dispunha de amplo domínio do gênero e soube extrair de Schwarzenegger senão uma interpretação consistente, o carisma e a presença cênica que mais tarde ele provou ter de sobra.
A nova versão de Conan, o Bárbaro padece justamente da falta de um diretor mais criativo que soubesse aproveitar o potencial do personagem e da história que tinha nas mãos para fazer algo de novo, supreendente. O alemão Marcus Nispel, cujo currículo inclui outros dois remakes – Sexta-feira 13 e O Massacre da Serra Elétrica – se limita ao trivial, esbanjando sangue e pancadaria e jamais buscando surpreender o espectador com uma história envolvente, bem construída.
O havaiano Jason Momoa, recentemente visto na série Game of Thrones, até se sai bem como o herói caladão e tosco, mas isso não basta para salvar o filme. Escrito sem inspiração a partir do romance original de Robert E. Howard, o roteiro não se preocupa em desenvolver o personagem. Primeiro o apresenta como um bebê arrancado pelo pai (Ron Pearlman, de Hellboy) do ventre de sua mãe, ferida e à beira da morte, para salvá-lo do mesmo fim.
Anos mais tarde, quando menino (vivido por Leo Howard), Conan atesta sua bravura e instinto de guerreiro ao matar e decapitar, sozinho, um bando de criaturas, mal capazes de falar de tão primitivas, que tenta dizimar sua aldeia. Esse ato, contudo, não é suficiente para evitar o pior: seu pai e quase todo o seu povo acabam sendo brutalmente assassinados, restando a Conan cair no mundo, fermentando por anos sua sede de vingança contra os algozes de sua gente, sobretudo seu principal inimigo, Khalar Zym (Stephen Lang) e sua filha feiticeira (Rose McGowan).
Retumbante fracasso nos EUA – com orçamento de US$ 90 milhões, rendeu só US$ 21 milhões até agora –, Conan, o Bárbaro deve divertir os fãs de carteirinha do gênero, irritar os fãs do original e entediar quem busca algo mais do que o filme tem a oferecer.
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