Não deve ser mera coincidência a decisão do diretor taiuanês Ang Lee de lançar um filme sobre o Festival de Woodstock justamente no ano em que o evento comemora 40 anos. Taking Woodstock, selecionado nesta semana para a mostra competitiva do Festival de Cannes, parte de uma perspectiva bem original.
O filme conta a história verídica de Elliot Tiber (Demetri Martin), um estudante de design cuja família era proprietária de um pequeno motel no interior do estado de Nova Iorque, na região das montanhas Catskills onde ocorreu o festival. Por insistência dele, tanto seus pais quanto a cidadezinha de Bethel deram permissão para a realização de Woodstock.
Paralelamente, Taking Woodstock também discute a libertação Tiber,que escondia sua homossexualidade (e o hábito de consumir maconha) dos pais.
Ang Lee, um de meus diretores favoritos, já venceu o Urso de Ouro (Festival de Berlim) com Banquete de Casamento, dois Oscars — melhor filme estrangeiro, por O Tigre e o Dragão, e melhor direção, por O Segredo de Brokeback Mountain — e o Leão de Ouro (Festival de Veneza) duas vezes, com Brokeback Mountain e o excelente Lust Caution, longa-metragem ainda inédito no Brasil.
A filmografia de Lee, que já trabalhou Jane Austen (Razão e Sensibilidade)e até as HQs (no incompreendido Hulk), tem como traço comum o eterno dilema entre o ser e o dever, entre o desejo e a responsabilidade. Portanto, sejam rodados na China imperial, na Inglaterra dos século 19 ou nos EUA dos anos 60, seus longas têm sempre invejável universalidade,uma das marcas dos grandes artistas.
Assista abaixo ao trailer de Taking Woodstock.
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