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O Homem do Futuro mistura cinema fantástico a ficção científica e o resultado é acima da média

Divulgação
Wagner Moura: talento e carisma em papel cômico.

A possibilidade de viajar no tempo e mudar o destino não é uma ideia original. No cinema, foi capaz de gerar pelo menos dois exemplos notáveis: A Felicidade Não Se Compra(1946), clássico absoluto de Frank Capra, e a cultuada trilogia De Volta para o Futuro, dirigida por Robert Zemeckis. Embarcando nessa mesma proposta ficcional, o cineasta carioca Claudio Torres realizou o simpático O Homem do Futuro, que estreia neste fim de semana em todo o Brasil.

Único adepto do cinema fantástico no país, Torres, que já exercitou o gênero no sucesso de bilheteria A Mulher Invisível e no subestimado Redentor, visto por poucos, agora flerta também com a ficção científica. E se sai bem.

O Homem do Futuro conta a história de João (Wagner Moura), um físico que há anos vem trabalhando em um projeto de acelerador de partículas e acaba por inventar uma máquina capaz de viajar no tempo. No fundo, tem razões muito pessoais por trás de todo o seu empenho científico: ele sonha voltar a uma certa noite no mês novembro de 1991, quando teve nos braços a mulher de sua vida, uma colega de curso chamada Helena (Alinne Moraes), para perdê-la horas depois, em um incidente no qual foi humilhado publicamente.

Embora a máquina funcione, e João consiga reencontrar seu passado, a jornada, antes um sonho longamente acalentado, torna-se um pesadelo. A tentativa de alterar os fatos em uma festa de faculdade, durante a qual a versão mais jovem do cientista, um sujeito tímido e inseguro, consegue impedir Helena de escapar de sua vida, resulta em um futuro ainda pior do que aquele que o personagem de fato viveu.

Com efeitos especiais convincentes e uma cuidadosa direção de arte e de figurinos, O Homem do Futuro é tecnica e esteticamente um filme muito bem resolvido. Cumpre a missão de transportar o público de volta ao início dos anos 90. O roteiro, porém, apresenta pontos fracos. Embora tenha situações engraçadas e inventivas, por vezes peca pela redundância. Entre as idas e vindas no tempo, algumas cenas sobram por não acrescentarem muito à evolução da trama. Os incríveis talento e carisma de Wagner Moura, no entanto, compensam em boa parte essas falhas e ajudam a fazer do novo longa de Claudio Torres um filme brasileiro de entretenimento acima da média.

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